"Titanic" vai regressar aos cinemas para festejar o aniversário especial dos 25 anos.

A versão remasterizada em 3D 4K HDR e com uma velocidade mais rápida do que os 24 fotogramas por segundo do clássico do cinema realizado por James Cameron será lançada internacionalmente pela Disney a partir de 10 de fevereiro de 2023, antecipando o Dia dos Namorados.

A última vez que o filme esteve nos cinemas foi em 2012, numa versão também em 3D.

A história centrava-se em Rose, que embarcava no majestoso Titanic como passageira da primeira classe com o seu noivo, filho de um magnata do aço de Pittsburgh, e a sua mãe. Perturbada pelo casamento por interesse, tentava suicidar-se saltando do navio, mas era convencida a mudar de ideias por Jack Dawson, um passageiro de terceira classe. A bordo desse navio, autêntico retrato da sociedade do século, os dois apaixonavam-se e viviam uma curta mas intensa história de amor.

Mas a jovem rica Rose e o pobre artista Jack eram apenas personagens de ficção, destinados a dar nova vida à espetacular e verídica história do naufrágio do famoso navio em 1912, depois de chocar contra um icebergue durante a sua viagem inaugural.

O épico que fez de Kate Winslet e Leonardo DiCaprio gigantescas estrelas de cinema foi distribuído pela Paramount nos EUA e pela Fox (agora Disney) no exterior em dezembro de 1997. A longa-metragem ganhou 11 Óscares e arrecadou 2,2 mil milhões de dólares nas bilheteiras, no que foi apenas ultrapassada por "Avatar" (2009), também dirigido por James Cameron, com 2,84 mil milhões de receitas, e "Vingadores: Endgame", com 2,79 mil milhões.

A banda sonora original também foi um sucesso: a música "My heart will go on", interpretada por Céline Dion e com um Óscar, é uma das mais vendidas no mundo e mais tocada até à data, tanto em rádio como televisão.

Com 195 minutos de duração, o filme pode dar a impressão de ser tão longo quanto a viagem interrompida do navio - apresentado como inafundável - mas recebeu críticas elogiosas e fez de jovens atores estrelas internacionais.

Também provocou um debate acalorado que, quase 25 anos depois, continua vivo entre os fãs: havia espaço suficiente na porta utilizada por Rose nas águas geladas do Atlântico Norte de modo que o dois amantes se pudessem salvar?

DiCaprio e Winslet, respectivamente com 21 e 22 anos na época, filmaram a sua primeira cena juntos em setembro de 1996: Rose nua enquanto Jack a desenha.

Todo o constrangimento rapidamente se dissipou e eles tornaram-se bons amigos, sendo reunidos até novamente dez anos mais tarde no filme "Revolutionary Road ", de Sam Mendes (então marido de Kate Winslet).

"Eles deram-se muito bem e estiveram ali um pelo outro ao longo desta rodagem cansativa, difícil", recordva em 2017 Cameron, cuja produção de 200 milhões de dólares tinha proporções épicas com mil figurantes e uma equipa de filmagem de mais de 800 pessoas.

O realizador até construiu uma versão de tamanho natural do navio de luxo numa área na costa mexicana comprada pela Fox, depois de obter as plantas do original do seu construtor.

Maior fracasso?

As peças foram meticulosamente recriadas a partir de fotografias antigas, como as escadas do salão da primeira classe do RMS Titanic, ou ainda os seus painéis em mogno e candeeiros banhados a ouro. Tudo foi destruído durante a cena do naufrágio.

A rodagem era tão fora do comum - a produção mais cara da época - que a revista Variety publicava uma coluna diária chamada "Titanic Watch", gozando com o que era antecipado como o futuro maior fracasso da história de Hollywood.

O realizador prendeu uma lâmina de barbear no seu ecrã de montagem, com uma inscrição a caneta: "Para usar se o filme fracassar".

O primeiro final de semana de exibição gerou 28,5 milhões de dólares e, como todos os "blockbusters", as expectativas eram de uma queda de 40 a 50% para o segundo fim de semana.

Em vez disso, a produção arrecadou mais 28 milhões e 32 milhões no terceiro fim de semana, mantendo a liderança nas bilheteiras por quinze semanas seguidas.

Alguns especialistas argumentaram que os números foram ajudados por adolescentes que foram ver o filme várias vezes, mas, para o realizador, o seu "Titanic" teve um sucesso tão fenomenal porque a história de amor comoveu todas as gerações.

"O que fico mais orgulhoso é de ter criado algo que tenha a sua própria realidade, que é intemporal", afirma.

"Com todo o devido respeito a Kate e Leo, e eles são bons amigos meus, eles não são mais Kate e Leo, são Rose e Jack", acrescenta. "E eles serão para sempre Rose e Jack".