"Thor: Amor e Trovão" ainda não recebeu uma data de estreia nos cinemas da China e é provável que já não vá acontecer, o que equivale à proibição da estreia, avançou a revista The Hollywood Reporter (THR).

Embora aos censores chineses nunca expliquem publicamente as suas decisões, membros da indústria de cinema tanto dentro como fora do país apontam como razão possível a aparição de personagens LGBT como o "Rei Valquiria" (Tessa Thompson) e o extraterrestre Korg (com a voz do realizador Taika Waititi).

Mas há mais: a THR fala abertamente do que parece ser um esforço deliberado das autoridades para reduzir a popularidade da Marvel no país, após um idílio inicial que até passou pela rodagem de cenas específicas para as versões chinesas de filmes como "Vingadores: Era de Ultron".

O último filme do estúdio que estreou na China foi "Homem-Aranha: Longe de Casa", uma co-produção com a Sony, o último filme da fase 3 do Universo Cinematográfico Marvel, que arrecadou o equivalente a quase 200 milhões de dólares no verão de 2019.

Por razões oficiosas diversas, nenhum filme da fase 4 recebeu autorização de estreia: "Viúva Negra" (pela representação do fim da União Soviética), "Eternals" (por declarações antigas polémicas da realizadora Chloé Zhao), "Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis" (por declarações antigas do protagonista Simu Liu sobre a China como "país do Terceiro Mundo"); "Homem-Aranha: Longe de Casa" (pela presença predominante da Estátua da Liberdade na última parte); e "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura" (pela presença da personagem América Chavez, filha de um casal lésbico, e uma imagem muito breve de um jornal em que aparece na capa uma referência a Taiwan).

Embora não façam parte do Universo Cinematográfico Marvel, também foram excluídos no mercado chinês "Venom: Tempo de Carnificina" (depois do primeiro filme ter arrecadado mais de 269 milhões em 2019) e "Morbius", filmes de super-heróis ligados ao Homem-Aranha produzidos pelo estúdio Sony.