Entre os fãs mais ardentes de Quentin Tarantino estão os franceses, mas o realizador norte-americano não aumentará certamente esse culto ao comparar François Truffaut (1932-1984), um dos seus maiores e mais lendários cineastas, ao "pior realizador do mundo".

Sim, Ed Wood, indissociável do mítico "Plan 9 From Outer Space" (editado em Portugal como ""A Morte Veio do Espaço""), a produção de baixo orçamento de 1959 que se tornou de culto pela sua falta de qualidade.

O número de setembro da revista Sight & Sound inclui uma entrevista com Tarantino e Roger Avary, a dupla de "Pulp Fiction" (1994), e destaca vários momentos importantes do 'podcast' que os voltou desde julho para falar de cinema, chamado “Video Archives Podcast".

Têm sido várias as opiniões polémicas de Tarantino no programa e foi o cinema do também francês Claude Chabrol o pretexto para arrasar Truffaut, principalmente os 'thrillers' influenciados por Alfred Hitchcock, como "A Noiva Estava de Luto" (1968) ou "Finalmente Domingo!" (1983).

“Os 'thrillers de Chabrol são drasticamente melhores do que os péssimos filmes Truffaut-Hitchcock, que me parecem simplesmente horríveis. De qualquer forma, não sou um grande fã de Truffaut. Com algumas exceções, como 'A História de Adèle H.'", esclarece o norte-americano, referindo-se ao drama histórico romântico de 1975 com Isabelle Adjani.

François Truffaut como ator em "Encontros Imediatos do 3º Grau (1977)

Apesar de ter chamado à sua antiga produtora 'A Band Apart', em homenagem ao filme 'Bande à part' ["Bando à Parte"], de Jean-Luc Godard (1964), a estima de Tarantino claramente não inclui o seu amigo e a outra figura emblemática da Nova Vaga.

"Na maioria das vezes, sinto em relação a Truffaut o mesmo que por Ed Wood. Acho que ele é um amador com muita paixão, mas muito desajeitado", proclama.

Não é a primeira vez que se manifesta esta opinião crítica: na sua recente novelização de 'Era Uma Vez... em Hollywood' (2019), o duplo dos filmes Cliff Booth (a personagem de Brad Pitt) não tinha nada de bom a dizer depois de assistir a uma sessão dupla com "Os 400 Golpes" (1959) e "Jules e Jim" (1962).

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