A caminho dos
Óscares 2024

A participação de Ryan Gosling e do produtor Mark Ronson na atuação 'I’m Just Ken' nos Óscares só foi anunciada oficialmente a 28 de fevereiro, após a dupla fazer suspense durante semanas.
Na realidade, a atuação extravagante que se tornou um dos maiores destaque da cerimónia de domingo foi planeada durante meses.
A revista Variety revelou que o ator esteve envolvido em todos os detalhes: foi ele que pediu a orquestra de 40 elementos, 62 dançarinos Len, o mar de 24 cabeças gigantes Barbie em homenagem ao coreógrafo e realizador Busby Berkeley, a participação especial de outros Ken do filme (Simu Liu, Kingsley Ben-Adir, Ncuti Gatwa e Scott Evans) e até Slash, dos Guns N’Roses.
“Ryan Gosling é um verdadeiro profissional, aquele homem – encontrámo-nos com ele nos Zooms há meses, conversando sobre essa performance”, disse Molly McNearney, uma das produtoras da cerimónia.
“[A realizadora] Greta Gerwig também contribuiu criativamente. Ele estava tão empenhado naquilo. A sua coreógrafa, Mandy Moore, é excecional – ela estava em todas as chamadas. Mark Ronson também”, esclareceu.
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Do fato cor de rosa e todos os outros à sua volta de preto, as escadas e outros detalhes: foi também Gosling que teve a ideia para a apresentação ser uma homenagem ao número 'Diamonds Are a Girl’s Best Friend', do clássico "Os Homens Preferem as Louras", de Howard Hawks (1953), com Marilyn Monroe e Jane Russell.
“Ele foi bastante claro sobre a sua estrutura geral. Queria começar na plateia, subir até ao Mark, ver o Andrew [Wyatt, o co-produtor], acender os Ken-delabros e depois juntar-se aos 10 Kens abatidos nas escadas. A partir daí, ele queria que o resto do número evoluísse como se os Kens estivessem a aparecer de todo o lado, ‘Chamar todos os Kens’. Eventualmente terminando numa grande celebração revelando o Slash”, contou a coreógrafa Mandy Moore.
Por seu lado, a realizadora Greta Gerwig disse nos encontros com os produtores que o seu maior desejo era colocar todo o público de pé a cantar, pelo que estes colocaram a letra nos ecrãs da sala e lançaram Gosling no modo Ken pelo corredor.
“Foi muito importante para ele descer [para o corredor] e incluir Margot [Robbie], Greta e America [Ferrera]. Ele disse: ‘Realmente preciso dessas senhoras à frente porque vou ter com elas. Quero que elas cantem”, recordou a coreógrafa do ator.
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O nível de detalhe chegou à frase exata que ele queria partilhar com a amiga e colega de muitos anos Emma Stone quando a canção ia em crescendo e o beijo na mão do operador de câmara, Sean, a quem foi pedida autorização.
Esse beijo consensual era outro gesto simbólico do 'anor Ken', seguindo a temática vista no filme de juntar todos os Ken em palco.
"Aqui, toda a gente é um Ken, temos Kens da construção, temos técnicos Ken, temos operadores de câmara Ken, temos de todos os tipos", disse Moore.
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Os ensaios começaram quatro semanas antes da grande noite de Hollywood, intensificando-se nos últimos dias.
A orquestra só teve sessões de dois dias de seis horas para gravar e ensaiar tudo, os atores Simu Liu, Kingsley Ben-Adir, Ncuti Gatwa e Scott Evans a juntarem-se à coreografia apenas dias antes e Slash a viajar para Los Angeles no próprio domingo.
“Os produtores investiram meses de sangue, suor e lágrimas para que fosse fácil aos talentos aprenderem e fazer com que parecesse tão fácil como aconteceu no domingo à noite”, resumiu à Variety Rob Mills, o vice-presidente executivo dos programas especiais da Disney, dona do canal ABC, que transmitiu a cerimónia.
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