O tema tem estado na ordem do dia, dentro e fora de Hollywood: existe uma fadiga com os super-heróis no cinema?

Com exceção de "Guardiões da Galáxia - Vol. 3", há ano e meio que se sucedem as desilusões com os resultados nas bilheteiras dos filmes da Marvel como da DC.

Mesmo "Black Panther: Wakanda para Sempre", que arrecadou uns impressionantes 859 milhões de dólares em todo o mundo no outono de 2022, ficou muito abaixo dos 1,34 mil milhões do primeiro filme em 2018 e não conseguiu ter o mesmo impacto na cultura popular.

A fase delicada foi abordada por Matthew Vaughn, que conhece bem o género, como realizador de "X-Men: O Início" (2011), "X-Men: Dias de um Futuro Esquecido" (2014) e do primeiro "Kick-Ass" (2010), além da saga "Kingsman", deixando palavras de confiança em quem está à frente da DC Studios e um conselho ao líder da Marvel.

“Acredito que, pelo menos, a DC está controlada. Acho que James Gunn e [Peter Safran] têm uma boa oportunidade de arrasar e, vamos ter esperança, o [Kevin] Feige voltará ao 'menos é mais' e fazer menos filmes e concentrar-se em torná-los excelentes”, resumiu num entrevista ao Screen Rant.

A opinião vai de encontro ao que disse o próprio James Gunn em abril, durante a promoção do terceiro "Guardiões da Galáxia", quando admitiu que existia um cansaço do grande público mas que não tinha a ver com os super-heróis e sim "com o tipo de histórias que andam a ser contadas e se se perde o foco no que interessa, que é a personagem".

Na nova entrevista, Vaughn também disse sentir que os filmes do género estão a estragar-se com a demasiada importância colocada nos efeitos especiais, que defende deixar a sensação de se estar a assistir a um videojogo.

"Não se está com as personagens. Com exceção dos 'Guardiões'. Ainda acho que o Groot e o guaxinim são peças geniais, importo-me tanto com eles”, acrescentou.