Rami Malek não teria aceite o papel do vilão no 25ª filme de James Bond se o personagem, um terrorista, "refletisse uma ideologia ou religião".

O norte-americano de origem egípcia quis garantir que não era esse o caso antes de aceitar o papel, temendo que as suas origens pudessem ser usadas para fins caricaturais, afirmou numa entrevista ao tabloide Daily Mirror.

Desta forma, apresentou as suas condições ao realizador Cary Fukunaga: "Não podemos identificar [o personagem] com qualquer ato de terrorismo que reflita uma ideologia ou uma religião [...]. Se essa é razão para eu ser a sua escolha, então não poderá contar comigo".

"Mas claramente esta não era a visão" de Cary Fukunaga.

O vilão "é um terrorista de um tipo completamente diferente", garante Malek.

Muito ligado às suas raízes, ele avançou em 2018, numa entrevista à revista GQ, que "não havia primeira geração nem segunda geração" de imigrantes: "Eu sou egípcio".

"Cresci a ouvir música egípcia. Adorava Uum Kulthum. Adorava Omar Sharif. Sou apaixonado e intimamente ligado à cultura egípcia. É a combinação de quem eu sou", explicou.

Este ano, Rami Malek conquistou vários prémios pela sua interpretação de Freddie Mercury, vocalista icónico dos Queen, incluindo o Óscar de Melhor Ator.

Para James Bond, Rami Malek "sente um peso considerável nos ombros".

"Bond é algo com o qual todos crescemos", reconheceu ao Daily Mirror.

Calendário está garantido

As filmagens do novo filme, em andamento, causaram preocupação após a lesão, no final de maio, de Daniel Craig, o intérprete do famoso espião de Sua Majestade, e uma explosão controlada no início de junho, que causou um ferido e danos no estúdio Pinewood em Londres.

Noutra entrevista à imprensa especializada Spy Digital publicada a 19 de junho, Rami Malek tranquilizou o público sobre a rodagem, após rumores de que a produção estava a ter problemas em encontrar espaço para ele filmar com Craig por causa da agenda apertada: apesar de ainda não ter feito cenas com o atual 007 até essa altura, já esteve a trabalhar "uma semana na Noruega".

Os preparativos estão em andamento no sul da Itália, com duas regiões a prepararem-se para receber as equipas de filmagem e os atores do próximo filme.

A cidade de Matera, em Basilicata, capital europeia da cultura 2019, e Gravina di Puglia, em Puglia, foram escolhidas pela produção para ser o palco de várias cenas, de acordo com os "sites" das duas cidades do sul da península.

Se os detalhes e datas da filmagem ainda são mantidos em segredo, o "site" Gravina indica que a cidade será afetada durante o mês "de agosto e setembro" por várias sequências.

De acordo com indiscrições publicadas na imprensa local, o ator britânico Daniel Craig deve gravar algumas cenas de ação na cidade milenar de Matera.

Património Mundial da Unesco, Matera já foi cenário de grandes produções cinematográficas, incluindo "O Evangelho Segundo São Mateus" (1965), de Pier Paolo Pasolini, e "A Paixão de Cristo" (2004), de Mel Gibson.

Os atores e atrizes Naomie Harris, Ben Whishaw e Lea Seydoux também estarão no"Bond 25", cuja estreia é esperada em abril 2020.