Com cerca de 60 filmes, incluindo muitos que se tornam clássicos do género psicológico, a filmografia de Ingmar Bergman destaca-se pelo seu estilo e coerência temática.

Estes cinco são obras-chaves de uma carreira de seis décadas que marcou a história do cinema e influenciou gerações de cineastas.

"O Sétimo Selo" (1957)

A obra-prima de Bergman, que se passa durante as Cruzadas, contém uma das cenas icónicas da sua filmografia: um cavaleiro a jogar xadrez com a morte. Ela resume as principais preocupações do filme - e de Bergman: como a fé resiste frente ao mal e a miséria humana?

Vencedor de um prémio em Cannes e muito rapidamente considerado um clássico da arte e da experimentação, "O Sétimo Selo" também foi um sucesso entre os espectadores da época e é o tema de muitas paródias.

Cinquenta anos depois, o The Guardian considerou-o "uma referência irrepreensível em matéria de seriedade artística e moral".

A cena da morte também é emblemática e reproduzida das mais diferentes formas e em obras de diversos géneros.

O Sétimo Selo (1957)

"Persona" (A Máscara) (1966)

Duas mulheres, 84 minutos de primeiros planos quase constantes e uma metamorfose das duas faces: Bergman permite progredir a intensidade psicológica do seu misterioso drama, situado num chalé isolado na ilha de Fårö.

Explorando a relação entre uma atriz que ficou muda e a sua enfermeira, o filme filmado de uma forma belíssima questiona os fundamentos instáveis da identidade.

A Máscara (1966)

"Cenas da Vida Conjugal" (1973)

Bergman foi um dos poucos realizadores da sua geração que conseguiu passar do cinema para a televisão, especialmente com esta série de seis episódios, de baixo orçamento, explorando os obstáculos e atribulações conjugais de um casal que atravessa um divórcio prolongado, desencadeado por uma infidelidade.

Bergman inspirou-se no seu próprio relacionamento atormentado com Liv Ullmann, que interpreta a esposa nesta produção.

A série de Bergman é "a mais verdadeira e mais brilhante história de amor já filmada" e gira em torno de um dos seus temas clássicos: a comunicação entre indivíduos, escreveu em 1974 o famoso crítico de cinema americano Roger Ebert no Chicago Sun-Times.

Cenas da Vida Conjugal (1973)

"Fanny e Alexandre" (1982)

Este conto épico, em grande parte autobiográfico e principalmente filmado em Uppsala, narra a vida de um irmão e uma irmã, desde a infância até à velhice, passando pelo casamento.

Filmado pelo diretor de fotografia de longa data de Bergman, Sven Nykvist, este suptuoso épico familiar foi comparado aos romances de Charles Dickens e ganhou quatro Óscares, incluindo o de Melhor Filme Estrangeiro. A versão no grande ecrã de três horas foi montada a partir de um telefilme de cinco horas.

Numa sondagem realizada em 2002 pela revista britânica Sight and Sound com realizadores e críticos mundiais, "Fanny e Alexander" ficou em terceiro lugar entre os melhores filmes dos 25 anos anteriores, atrás de "Apocalypse Now" e "O Touro Enraivecido".

Fanny e Alexandre (1982)

"Saraband" (2003)

Após uma pausa de quase 20 anos, Bergman regressou pela última vez com esta continuação de "Cenas da Vida Conjugal", explorando as dolorosas lições de vida, os fracassos da parentalidade ao egoísmo que atravessam as relações humanas com dois dos seus atores de sempre, Liv Ullmann e Erland Josephson. Foi reposto em cinema no nosso país.

Saraband (2003)

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