Quentin Tarantino, que se prepara para lançar em dezembro o seu novo filme, "The Hateful Eight", com cópias em película de 70mm, é um dos entrevistados de Tom Roston para o livro "I Lost It at the Video Store: A Filmmakers´ Oral History of a Vanished Era" e admitiu que não só se recusa a subscrever o Netflix, mas também que continua a usar cassetes VHS para gravar filmes da televisão.

"Não estou de forma alguma entusiasmado com o "streaming". Gosto de algo tangível nas minhas mãos. E não consigo ver um filme num notebook. Não uso de todo o Netflix ou qualquer outro tipo de serviço."

Os clubes de vídeo entraram em decadência no século XXI, mas nem isso foi obstáculo para o realizador: ele adquiriu toda a existência do seu antigo empregador Video Archives em Manhattan Beach, quando este fechou em meados dos anos 1990.

De acordo com o próprio, foi durante os seus anos como funcionário do clube de vídeo que fez a sua formação cinéfila e agora é o orgulhoso proprietário de perto de oito mil cassetes VHS e DVDs.

E acrescentou: "Ainda gravo filmes da televisão nas cassetes para aumentar a minha coleção."

Outros realizadores que prestarem depoimento revelaram-se mais entusiasmados com os avanços técnicos.

Darren Aronofsky, por exemplo, fala sobre ter criado uma mistura de som especial para o iPhone de "Noé", para que as pessoas pudessem ter a melhor experiência cinematográfica possível nos seus dispositivos móveis.

Confrontado com isso, Tarantino respondeu: "Essa é a coisa mais deprimente que alguma vez ouvi na minha vida."