"Top Gun: Maverick" está nos cinemas há praticamente um mês, mas não será lançado em streaming ou qualquer outro formato nos tempos mais próximos, a não ser que Tom Cruise o permita.

Com a pandemia, a "janela" de exibição exclusiva nos cinemas diminuiu para cerca de 45 dias, mas Tom Cruise tem um "contrato à antiga" com o estúdio e o filme só será lançado noutros formatos antes do fim de verão se ele deixar.

"A última vez que confirmei com a Paramount é que a janela é 120 dias, mas a Paramount gostaria de voltar a falar com Tom Cruise e negociar uma janela mais curta para arrecadar parte da receita do cinema em casa, seja em 'video on demand premium', seja no seu serviço de streaming Paramount+, ainda a ser determinado", revelou o bem informado "insider" de Hollywood Matthew Belloni no seu podcast.

"Sei que a Paramount gostaria muito de ter este filme no serviço de streaming em breve. Mas se continua a funcionar nos cinemas como tem estado a funcionar, não existe realmente nenhum incentivo para Tom Cruise concordar com isso, a não ser dinheiro, e ele é um grande crente no ecossistema do cinema e tem controlo sobre este filme no seu contrato", acrescentou.

Este fim de semana, "Top Gun: Maverick" ultrapassou a mítica barreira dos mil milhões de dólares de receitas nas bilheteiras a nível mundial: a primeira vez para Tom Cruise e apenas o 50.º filme da história do cinema (sem ajustar as receitas dos filmes mais antigos à inflação).

Graças a um "contrato à antiga", quando mais tempo o filme continuar nos cinemas com este impacto, mais ganha Tom Cruise: segundo a imprensa americana, ele tem um contrato de objetivos [conhecido por "backend"] em que tem direito ao "first-dollar gross", garantindo uma percentagem de cada dólar das bilheteiras recebido pelo estúdio ainda antes de este conseguir recuperar o seu investimento.

O ator deverá ter negociado pelo menos 10% de cada dólar ganho pelo estúdio, que normalmente recebe metade das receitas de bilheteira de um filme (uma percentagem que costuma maior nos EUA e pode ser menor a nível internacional). E se forem ultrapassadas determinadas metas de bilheteira, a percentagem pode subir a 15% ou 20%.

A estas receitas juntam-se posteriormente outras em streaming, "pay-per-view", vendas do mercado DVD e outras plataformas de lançamento de um filme.

Digno dos livros de recordes, tanto pelos valores como por ser em plena era do streaming, estima-se que Tom Cruise pode ganhar mais de 100 milhões de dólares em compensações pelo sucesso quando forem feitas as contas.