Um projeto internacional sobre uma gruta com vestígios rupestres da cultura indígena brasileira, no qual participa a arqueóloga portuguesa Mafalda Ramos, será mostrado em março no festival de cinema CPH:DOX, em Copenhaga, na Dinamarca.

O projeto intitula-se “A gruta sagrada de Kamukuwaká”, é uma parceria entre Brasil, Espanha, Reino Unido e Portugal, e é apresentado pelo festival dinamarquês, na página oficial, como um trabalho documental de realidade virtual imersiva.

O foco do projeto é a reconstituição visual de uma gruta onde foram descobertas – e mais tarde vandalizadas - inscrições rupestres do povo de Kamukuwaká, no território indígena do Xingu, no estado do Mato Grosso, no Brasil.

A equipa, que está há vários anos a trabalhar na preservação destes vestígios arqueológicos, em particular no registo visual, integra o realizador e fotógrafo brasileiro Piratá Waurá, o realizador espanhol Alejandro Romero, o produtor britânico Nathaniel Mann e a arqueóloga portuguesa Mafalda Ramos.

Formada em Arqueologia e História na Universidade de Coimbra, Mafalda Ramos vive atualmente no Brasil, onde trabalha em projetos dedicados à preservação e conservação da cultura indígena, em particular na região do Alto Xingu, Mato Grosso.

O projeto documental imersivo “A gruta sagrada de Kamukuwaká”, com a reconstituição em 3D daquele lugar arqueológico, tem estado em desenvolvimento no programa de laboratório do festival CPH:DOX, e será apresentado a 28 de março.

O festival dinamarquês CPH:DOX decorrerá em Copenhaga, de 23 de março a 03 de abril, com cerca de 180 filmes e uma programação complementar com debates, seminários, concertos e encontros com realizadores.

Da programação já anunciada, o projeto do filme “El auge del humano 3”, do realizador argentino Eduardo Williams, com coprodução portuguesa, estará no programa de financiamento e coprodução Fórum.

“El auge del humano 3” é a terceira parte de um documentário experimental de Eduardo Williams, e tem produção da portuguesa Oublaum Filmes, de Ico Costa.