Muito antes do sucesso da série da Amazon Prime Video "Citadel", recentemente renovada para uma segunda temporada, Priyanka Chopra estreou-se no cinema de Bollywood em 2002 e tornou-se uma das rainhas do grande ecrã da Índia.

Mas por volta de 2015, trocou o estrelado pela menos segura aposta numa carreira em Hollywood e pelo caminho, nunca escondeu que o lado mais sombrio do cinema do seu país, da diferença salarial às mãs condições de trabalho, pesou tanto como o busca do "sonho americano".

Numa nova entrevista, a atriz recordou uma experiência marcante logo no início da carreira que lhe revelou como a indústria de cinema indiana maltrata as mulheres.

"Isso pode ter sido por volta de 2002 ou 2003. Sou uma agente clandestina, estou a seduzir o tipo – obviamente é isso que as raparigas fazem quanto trabalham sob disfarce. Mas estou a seduzir o tipo e tenho de tirar uma peça de roupa [de cada vez]... eu queria fazê-lo por fases, [mas] o realizador estava do género 'Não, preciso ver a roupa íntima dela. Caso contrário, por que razão iria alguém ver este filme?'", contou ao The Zoe Report.

Priyanka Chopra conta que a experiência foi especialmente marcante porque o realizador estava a falar em voz alta à sua frente, mas para uma pessoa da equipa, como se ela nem estivesse presente e não fosse importante na discussão sobre o que ia fazer no filme.

"Foi um momento tão desumano. Era uma sensação de 'Não sou nada para além da forma como posso ser usada, a minha arte não é importante, a minha contribuição não é importante'", recordou.

A experiência levou-a a desistir apenas após dois dias de rodagem e a pagar do seu bolso as despesas que a produção teve com ela.

"Simplesmente não conseguia olhar para [o realizador] todos os dias”, explicou.

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