Segundo fonte próxima da família, o músico de 41 anos terá morrido acidentalmente quando fazia fotografia, na zona de Cascais, nos arredores de Lisboa. O corpo de
Bernardo Sassetti foi encontrado quinta-feira pela Polícia Marítima na zona do Abano, no Guincho. Segundo o jornal «Expresso» apurou, não existiam elementos suficientes para identificar o corpo, que foi conduzido para a morgue do Cemitério da Guia, em Cascais, onde deverá ser autopsiado até amanhã. A família terá identificado o corpo hoje, ao princípio da tarde.

Apesar de mais reconhecido pelos seus méritos na área do jazz, o músico tinha uma particular paixão pela imagem e pelo cinema, e tornou-se um dos mais importantes compositores nacionais de música para a Sétima Arte. Além de surgir brevemente em
«O Talentoso Mr. Ripley», de
Anthony Minghella, o artista compôs a partitura de fitas tão importantes como
«Alice», de
Marco Martins,
«A Costa dos Murmúrios», de
Margarida Cardoso,
«Um Amor de Perdição», de
Mário Barroso, e
«98 Octanas», de
Fernando Lopes, tendo também criado uma musicado o filme mudo de 1930
«Maria do Mar», de
Leitão de Barros.

Bernardo Sassetti, considerado um dos mais criativos pianistas da sua geração, nasceu em Lisboa a 24 de junho de 1970. Bisneto de Sidónio Pais, era casado com a atriz
Beatriz Batarda, com quem tinha duas filhas. Começou a estudar piano aos nove anos, tem formação clássica, mas foi no jazz que fez caminho, influenciado por Bill Evans e Keith Jarrett.

O percurso, feito desde os 18 anos, quando começou a tocar com Carlos Martins e com o Moreiras Quartet, foi transversal na música portuguesa, tendo trabalhado com músicos do jazz, do fado, do pop rock, do hip hop. Entre os últimos registos do pianista contam-se «Carlos do Carmo - Bernardo Sassetti», uma participação no disco «Mútuo Consentimento», de Sérgio Godinho, e «3 Pianos», com Mário Laginha e Pedro Burmester.