Durante nove dias, o
Festival Internacional de Cinema de Setúbal vai exibir 180 filmes de 40 países, incluindo os 12 filmes da secção oficial, dedicada a países de pequenas cinematografias.

Além da Secção Oficial, Primeiras Obras e O Homem e a Natureza, entre outras, a 27ª edição do
Festróia inclui também um espaço para as curtas-metragens, uma retrospectiva do actual cinema turco e outra de filmes realizados pelo homenageado
Jos Stelling.

A actriz e cantora portuguesa Maria de Medeiros, que participou em dezenas de filmes, também vai ser distinguida com o Golfinho de Ouro, prémio carreira do Festróia.

Na conferência de imprensa de apresentação do festival, a directora,
Fernanda Silva, garantiu que, apesar das restrições financeiras cada vez maiores, o Festróia, este ano com um orçamento de cerca de 400.000 euros, vai manter a qualidade de anteriores edições.

«Só na secção oficial, temos representados cerca de 20 países, o que quer dizer que há uma diversidade muito grande de países com cinematografias que não chegam a Portugal, chegam apenas através de festivais de cinema”, disse Fernanda Silva.

A directora do festival referiu-se também aos apoios financeiros atribuídos ao festival, o maior dos quais da Câmara de Setúbal – 135.000 euros (150.000 euros em 2010) e lamentou que o ICA – Instituto do Cinema e do Audiovisual, tivesse atribuído apenas um apoio de 50.000 euros a esta 27ª edição do Festróia.

«É um apoio de valor inferior ao que tem sido atribuído a outros festivais portugueses e que fica aquém do apoio atribuído através do Media Program (programa de apoio ao audiovisual), da Comissão Europeia, no valor de 75.000 euros», disse.

A presidente da Câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira, justificou a redução do apoio dado ao Festróia com as dificuldades financeiras do município, mas garantiu o empenhamento da autarquia e dos setubalenses para que o festival de cinema não acabe.

A autarca também se insurgiu contra os critérios do ICA, adiantando que o município já pediu uma reunião à ministra da Cultura para tentar perceber os critérios de atribuição de subsídios daquele organismo.

«Este festival tem 27 anos de existência, tem reputação internacional e nós não percebemos estes critérios: recebermos um subsídio de Bruxelas superior ao que é atribuído pelo Ministério da Cultura não faz o mínimo sentido», justificou.

A presidente da Câmara afirmou ainda que não compreende porque razão outros festivais de cinema portugueses, que existem há menos tempo, beneficiam de avultados apoios financeiros do ICA e mostrou-se convicta de que o Festróia tem sido prejudicado por razões que nada têm a ver com a qualidade do certame.

A 27ª edição do Festróia terá a sessão de abertura no auditório da Anunciada, mas grande parte dos filmes serão exibidos no renovado Auditório Municipal Charlot.

Como tem acontecido em anteriores edições, o 27º Festróia também tem uma extensão, que este ano vai funcionar em duas salas do Classic Alvalade, em Lisboa.

SAPO/Lusa