Passou metade do ano e são poucos os candidatos com potencial para chegar às nomeações para o Óscar de Melhor Filme.

Essa é a conclusão da análise de Steve Pond, crítica de cinema do The Wrap e especialista de tudo o que rodeia a corrida às estatuetas, mas é partilhada pelo Awardsdaily, o principal site que acompanha a corrida aos prémios, que mantém uma coluna sempre ativa com os potenciais candidatos.

Tradicionalmente, os títulos que estreiam na segunda metade do ano costumam dominar as nomeações para o Óscar de Melhor Filme: desde que a categoria cresceu das cinco vagas, há 10 anos, só 11 dos 89 nomeados contrariaram essa tendência.

No entanto, Steve Pond avança que 2019 pode ser o terceiro ano nos últimos sete sem nomeados que tenham estreado nos cinemas entre janeiro e junho pois os (poucos) potenciais candidatos perdem impacto após um escrutínio mais aprofundado.

O maior sucesso do ano até agora é "Vingadores: Endgame", mas o consenso é que é um blockbuster que ata satisfatoriamente as principais histórias e personagens de 10 anos de Universo Cinematográfico Marvel, não um marco da cultura pop como "Black Panther", que se tornou o primeiro título do estúdio nomeado para Melhor Filme.

Já "Rocketman", o "biopic" sobre o artista Elton John, poderia ser o sucessor de "Bohemian Rhapsody", mas o impacto comercial está longe de ser o mesmo, ainda que muitos espectadores até achem que é um filme melhor.

Além disso, a história dos Queen teve a vantagem de estrear em novembro, tirando partido de uma onda de entusiasmo que contrariou o tom da maioria das reações dos críticos.

Há ainda uma estreia de março, "Nós", o filme de terror social de Jordan Peele, que repetiu o sucesso comercial de "Foge", o trabalho anterior do realizador, mas não o fenómeno cultural: a hipótese mais forte parece ser a nomeação de Lupita Nyong’o para Melhor Atriz.

O muito amado "Toy Story 4" já é um evidente candidato ao Óscar de Melhor Animação, mas enfrenta um obstáculo na categoria principal: nenhuma animação entrou na corrida para Melhor Filme desde que a quantidade de nomeados deixou de ser fixa em 2011. A última que conseguiu, quando eram escolhidos dez filmes, foi... "Toy Story 3".

"Late Night" e "The Last Black Man in San Francisco", dois sucessos do Festival de Sundance em janeiro, podem representar as nomeações habituais do cinema mais "indy", mas não tiveram qualquer impacto comercial relevante que os torne incontornáveis na memória dos votantes mais perto do final do ano, já com muitos potenciais candidatos disponíveis.

O AwardsDaily é ainda mais pessimista e destes potenciais candidatos, apenas destaca "Nós" e "Rocketman" na corrida a Melhor Filme.

Os outros na lista estreiam na segunda metade do ano e foram vistos apenas em festivais: as sensações de Sundance "The Report" e "The Farewell", e o incontornável "Era Uma Vez em... Hollywood", de Quentin Tarantino, aclamado em Cannes.

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