A batalha jurídica do cineasta Roman Polanski contra a sua expulsão da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas foi rejeitada por um juiz de Los Angeles na terça-feira (25).
O cineasta de "Chinatown" e "A Semente do Diabo" fugiu dos EUA em 1978 após admitir a violação de uma menor de 13 anos.
Quatro décadas mais tarde, em maio de 2018, foi expulso da Academia que atribui os Óscares, em pleno movimento #MeToo, e entrou com uma ação jurídica para forçar a prestigiada organização a reverter a sua decisão.
No entanto, a juíza do tribunal superior de Los Angeles, Mary Strobel, concluiu que o Conselho de Governadores da Academia "tinha motivos para expulsar" o realizador e que a sua decisão "é apoiada pelas provas" e "não foi arbitrária ou caprichosa".
Roman Polanski "teve a oportunidade de apresentar qualquer prova" sobre se "deveria ou não permanecer como membro da Academia à luz da sua condenação criminal e estatuto de fugitivo".
Polanski é "persona non grata" em Hollywood e não pode regressar aos EUA por receio de ser preso.
O cineasta franco-polaco admitiu a violação estatutária de Samantha Geimer num acordo judicial em 1977 para evitar um julgamento por acusações mais graves, mas fugiu para a França um ano mais tarde, após cumprir 42 dias de prisão, quando receou que a justiça estivesse a ponderar recuar no acordo e aplicar uma pena mais pesada.
"O problema de Roman para obter justiça em Los Angeles é que todos os juízes cobrem a má conduta uns dos outros", disse o advogado do realizador, Harland Braun, à agência AFP após a decisão de terça-feira.
"Tudo o que Roman pediu foi um processo justo", reforçou.
Agora com 87 anos, Roman Polanski recebeu o Óscar de Melhor Realização da Academia por "O Pianista" em 2003, quando já vivia num exílio autoimposto.
Ele foi expulso da Academia ao mesmo tempo do ator Bill Cosby018, quando Hollywood enfrentava um acerto de contas sobre um histórico de abusos e assédio sexual.
O Conselho de Governadores da Academia votou pelas expulsões para cumprir os padrões de um código de conduta aprovado em dezembro de 2017, no seguimento do escândalo com o produtor Harvey Weinstein.
Este estipula que a Academia não é lugar para “pessoas que abusam dos seus estatutos, poder ou influência de uma forma que viola os padrões da decência”.
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