Os Óscares acontecem já na noite deste domingo e os organizadores não escondem a aposta no fenómeno "Barbenheimer" que animou os cinemas durante o último verão para ajudar a revitalizar as audiências.

O SAPO preparou uma cobertura especial com uma série de conteúdos de antevisão e com acompanhamento ao minuto pela noite dentro, atualização de todos os vencedores e análise dos principais acontecimentos, da passadeira vermelha até à cerimónia. Tudo isto, numa área especial dedicada ao tema no SAPO Mag e em www.sapo.pt.

Veja aqui a lista completa de vencedores dos Óscares 2024
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Em plena noite eleitoral portuguesa, a emissão passa este ano para a RTP2, mas atenção às horas: a "grande noite" de Hollywood começa a meio da tarde no Dolby Theatre de Los Angeles, quando forem 16h00 locais... 23h00 em Lisboa.

Nunca foi tão cedo: o canal ABC e Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anteciparam 60 minutos e ainda encurtaram a pré-emissão com a passadeira vermelha apresentada por Vanessa Hudgens e Julianne Hough para apenas meia-hora (22h30). Os fãs portugueses, beneficiam ainda de uma hora mais cedo pela entrada da América do Norte no horário de verão, o que só acontecerá por cá no fim do mês.

A decisão é assumidamente para continuar a recuperar audiências, evitando que os vencedores das categorias mais importantes sejam conhecidos na costa leste já perto da meia-noite: após os números baixos durante a pandemia com apenas uns 10 milhões de espectadores na América do Norte, que levou alguns a questionar se transmitir a cerimónia era realmente relevante na era do TikTok, houve uma recuperação em força no ano passado com 18,7 milhões.

Parte do sucesso foi atribuído ao aclamado regresso de Jimmy Kimmel como apresentador, que será o anfitrião mais uma vez este domingo, a sua quarta vez à frente do espetáculo.

Por precaução, os espectadores americanos foram "bombardeados" esta semana com avisos sobre o horário pelo próprio Kimmel, que não escondeu o desagrado com a antecipação: nas entrevistas de promoção, disse que todos estavam preocupados que a "forte hipótese" dos espectadores perderem a primeira hora e brincou que talvez fosse melhor apresentar o tradicional monólogo de abertura... no final.

O que se sabe da grande noite de Hollywood?

Jimmy Kimmel na cerimónia de 12 de março de 2023

A cerimónia dos Óscares é o Super Bowl de Hollywood.

A 96.ª edição ainda é mais especial pois juntará a elite do cinema após as duas penosas greves dos argumentistas e atores que paralisaram Hollywood durante meses no ano passado, com outra potencialmente no horizonte, envolvendo o sindicato que representa grande parte dos trabalhadores que desempenham tarefas de bastidores, como técnicos de luz e de som, operadores de câmara, cenógrafos e maquilhadores.

“Sei que há potencialmente mais [disputas laborais], mas acho que a noite é uma celebração de todos de volta ao trabalho a fazer o que adoram. É especialmente agradável este ano ter todos juntos naquela sala após o que atravessaram", disse ao The Wrap esta semana Molly McNearney, produtora executiva da cerimónia com Raj Kapoor e Katy Mullan, e esposa de Kimmel.

Katy Mullan, Molly McNearney e Raj Kapoor no almoço que juntou os nomeados a 12 de fevereiro de 2024 em Beverly Hills

Na cerimónia de 2022, os Óscares fizeram a "experiência" de entregar 8 das categorias uma hora antes e apresentar uma versão editada durante a cerimónia, numa tentativa de não ultrapassar as três horas de duração (não conseguem desde... 1978).

A decisão revoltou amplos setores da Academia por dividir os profissionais entre artistas de primeira e segunda classe e foi um falhanço: com três horas e quarenta minutos, foi uma das mais longas noites de sempre.

Nas entrevistas desta semana, os produtores sinalizaram subtilmente que não existe essa obsessão: a mensagem clara que passaram é que têm 23 prémios e cinco canções para apresentar em três horas e meia.

Os preparativos para a 96.ª cerimónia 10 de março

Este ano, ajuda ter entre os mais nomeados "Barbie" e o favorito "Oppenheimer", filmes que mesmo muitos viram no grande ecrã e têm interesse em saber o que vão ganhar: depois de ter gerado 2,4 mil milhões de dólares de receitas a nível mundial, levando multidões de várias gerações aos cinemas ainda a recuperarem do impacto da pandemia e de várias desilusões comerciais, o fenómeno "Barbenheimer" está representado por 21 nomeações.

O trio de produtores não escondeu como isto é encorajador para atrair espectadores, prometendo uma "dose saudável" dos dois filmes na cerimónia.

"Todos sentimo-nos com muita sorte por estarmos a produzir os Óscares este ano, com tantos filmes populares. O ‘Barbenheimer’ foi um grande sucesso de bilheteira e ir ao cinema voltou a ser um acontecimento. Estamos a encontrar formas de celebrar todos os nomeados — todos os Melhor Filme, bem como todos os Melhor Canção", disse Katy Mullan ao The Wrap.

A vitória de "Oppenheimer" é esperada: para contrariar a falta de suspense na maioria das categorias, Raj Kapoor promete que 'uma noite de surpresas e participações simbólicas e outros momentos especiais. Isso faz parte da diversão de ver um espetáculo ao vivo – não é suposto saber tudo o que vai acontecer".

Para choque de absolutamente ninguém, "Barbie", o filme que arrecadou mais de 1,4 mil milhões de dólares (cerca de 1,29 mil milhões de euros), o maior sucesso nas bilheteiras no ano passado, terá um papel central em toda a encenação.

Isso viu-se logo no trailer cómico dos Óscares que se tornou viral a juntar Kimmel com Ryan Gosling, Kate McKinnon e America Ferrera (e narração de Helen Mirren), um destaque exclusivo que o anfitrião reconheceu ao Deadline ter desagradado às equipas de alguns dos outros nomeados para Melhor Filme.

"Estamos a dar muito amor a 'Barbie' no programa. Mas também amamos muito todos os filmes nomeados", apaziguou McNearney em declarações à France-Presse.

Especificamente, a expectativa é grande para a atuação de Billie Eilish e Finneas O’Connell com a canção 'What Was I Made For?' e principalmente para a apresentação pela primeira vez ao vivo de Ryan Gosling e Mark Ronson com 'I’m Just Ken', a poderosa balada que trata do frágil ego masculino com seis minutos (certamente encurtada para a noite).

Gosling 'tinha algumas dúvidas no início, e com razão, mas aceitou rapidamente porque 'ele é um profissional completo", explicou McNearney.

Ao Deadline, os produtores não confirmaram diretamente, mas também não desmentiram, a informação que circula da presença de 65 dançarinos masculinos para o que será uma das maiores apresentações de sempre de uma canção nos Óscares.

"Vai ser uma grande atuação. Irão ver isso. Está na fase nos ensaios. [...] Mas sim, acho que vamos avançar em grande", deixou escapar Kapoor.

Ryan Gosling no momento 'I'm Just Ken' de "Barbie"

Confirmadas estão as presenças de Jon Batiste para a canção 'It Never Went Away', do documentário “American Symphony”; e Becky G para 'The Fire Inside', de “Flamin’ Hot” (a 16.ª nomeação na carreira de Diane Warren), mas uma atenção especial está a ser prestada ao momento em que Scott George e os músicos da Nação Osage apresentarão a peça cerimonial 'Wahzhazhe (A Song For My People)', de "Assassinos da Lua das Flores", numa noite em que a sua protagonista, Lily Gladstone, se pode tornar a primeira atriz indígena a ganhar a estatueta.

"Todas as atuações são importantes, mas essa em específico foi tratada com muito cuidado. A Apple tem sido tão simpática com a sua colaboração e a nossa equipa criativa. Sabemos que é especial porque nunca foi visto. Normalmente, este não é um tipo de apresentação voltada para o público. Vem quase de um ponto de vista cerimonial. Portanto, ter a oportunidade de sentir isso na transmissão e nos que estão na sala, há uma bela história a ser contada sobre o quão importante é a música e as pessoas que estão realmente a subir ao palco para fazer parte disso, daquela experiência em direto", explicou Kapoor.

Sophia Loren, Shirley MacLaine, Marion Cotillard, Nicole Kidman e Halle Berry na cerimónia de 22 de fevereiro de 2009

Outra aposta para atrair as audiências é celebrar a nostalgia dos próprios Óscares: os produtores confirmaram as notícias de que Brendan Fraser ("A Baleia"), Michelle Yeoh, Ke Huy Quan e Jamie Lee Curtis ("Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo"), os premiados no ano passado, vão ter a companhia de 16 antigos vencedores na apresentação das quatro categorias de interpretação, retomando um conceito da cerimónia de 2009 que foi um sucesso mas só voltou a ser repetida uma vez, reformulada, no ano a seguir.

“Adorámos quando fizeram isso antes… é realmente muito bonito ver alguém ganhar um prémio e imediatamente tornar-se parte deste grupo. É emocionante fazer isso porque estamos a encontrar ligações entre os atuais nomeados e os ex-vencedores, tornando-se tudo muito mais pessoal este ano", explica McNearney.

Não se sabe quem serão os eleitos, mas basta ver o elenco de apresentadores já anunciado e conhecer a história das estatuetas douradas: Nicolas Cage, Fraser, Ben Kingsley, Matthew McConaughey, Forest Whitaker (antigos vencedores de Melhor Ator), Sally Field, Jessica Lange, Jennifer Lawrence, Charlize Theron e Yeoh (Melhor Atriz), Mahershala Ali, Quan , Tim Robbins, Sam Rockwell e Christoph Waltz (Melhor Ator Secundário) e Curtis, Regina King, Lupita Nyong’o, Rita Moreno, Octavia Spencer e Mary Steenburgen (Melhor Atriz Secundária).

"Há algumas pessoas que vão gostar de voltar a ver juntas", espicaçou McNearney, referindo-se a "duas reuniões" em palco de atores que fizeram filmes populares, uma ideia bem sucedida apresentada das cerimónias dos últimos dois anos. Uma delas já antecipou: 40 anos depois de "Scarface", vamos rever Al Pacino e Michelle Pfeiffer.

Para chegar a todos os quadrantes do público e sem excluir surpresas que sempre existem, a lista de apresentadores oficial inclui ainda Emily Blunt, Bad Bunny, Cynthia Erivo, America Ferrera, Ryan Gosling, Ariana Grande, Chris Hemsworth, Dwayne Johnson, Michael Keaton, Melissa McCarthy, Kate McKinnon, John Mulaney, Catherine O'Hara, Michelle Pfeiffer, Issa Rae, Steven Spielberg, Anya Taylor-Joy, Ramy Youssef e Zendaya.

O que se pode esperar dos prémios?

Oppenheimer

A indústria pode agradecer muita coisa a Christopher Nolan, incluindo isto: a revolta e embaraço pelas oito nomeações de "O Cavaleiro das Trevas" na cerimónia de 2009 não incluírem Melhor Filme foi tão grande que levou a Academia a aumentar logo na edição seguinte o número de nomeados de cinco para dez, o que tem dado visibilidade a muitas e diversas propostas de cinema.

Passados 15 anos, os dez mil votantes da Academia cada vez mais internacional (9797, segundo a última contagem) podem retribuir: é difícil pensar numa edição recente dos Óscares com um candidato tão esmagadoramente claro como "Oppenheimer".

O épico sobre o pai da bomba atómica conquistou os críticos, arrecadou quase mil milhões dos dólares nas bilheteiras e ganhou quase todos os principais prémios da temporada de Hollywood. De facto, se não ganhar, seria a maior reviravolta desde 2017, quando "La La Land" foi erradamente anunciado como o vencedor em vez de "Moonlight".

Está tudo ao gosto da Academia e da indústria: um sucesso à moda antiga, com um orçamento de 100 milhões de dólares, "Oppenheimer" pode pôr fim à tendência recente de filmes independentes levarem para casa o maior troféu da noite.

Com 13 nomeações, são previsíveis pelo menos sete estatuetas, tal como aconteceu há um ano com "Tudo em Todo o lado ao Mesmo Tempo": Filme, Realização, Ator Secundário (Robert Downey Jr.), Montagem, Fotografia, Banda Sonora e Som.

Um oitavo Óscar, o que não acontece desde "Quem Quer Ser Bilionário" há 15 anos, poderá ser o de Melhor Ator para Cillian Murphy: apesar de ser o favorito depois de ganhar o prémio do Sindicato dos Atores, não é de menosprezar a concorrência de Paul Giamatti com "Os Excluídos".

Mas nenhum filme, nem mesmo "Oppenheimer", dominou o debate durante meses como "Barbie", a sátira de Greta Gerwig sobre a boneca mais famosa do mundo, que atraiu milhões de espectadores vestidos de rosa aos cinemas.

Mas o desprezo pela realizadora e pela protagonista Margot Robbie, que não foram nomeadas nas suas respetivas categorias, sugere que o filme não é consensual centro da Academia: das oito nomeações, apostam-se em estatuetas para Melhor Guarda-Roupa e Canção ('What Was I Made For?'), eventualmente Direção Artística e Argumento Adaptado, como forma de compensar Gerwig.

"Barbie"

Há quem aposte que se há um filme que pode estragar a festa de "Oppenheimer" na categoria principal da noite, esse filme é "Os Excluídos", um drama tradicional e encantador com cinco nomeações que acompanha um trio improvável que é forçado a passar o Natal num internato americano na década de 1970.

É uma reunião do realizador Alexander Payne com Giamatti depois do clássico "Sideways" (2004). Não nomeado na altura, o ator alimenta agora legítimas esperanças, mas todos preveem que a sua colega Da'Vine Joy Randolph levará a estatueta de Melhor Atriz Secundária. Outros apostam em mais uma, para o Argumento Original.

"Os Excluídos"

Com três horas e meia de duração, "Assassinos da Lua das Flores", o drama de Martin Scorsese sobre os assassinatos de indígenas em Oklahoma durante o 'boom' do petróleo nos anos 1920 é tão esplendoroso de ver quanto importante para ser ignorado pela Academia.

Além de um elenco de estrelas, incluindo Leonardo DiCaprio e Robert De Niro, também surge uma atriz com raízes indígenas, Lily Gladstone: o seu desempenho como a esposa rica e ingénua de um homem branco rendeu-lhe uma nomeação que, se confirmar o ligeiro favoritismo para Melhor Atriz, fará dela a primeira nativa americana a receber este reconhecimento.

Seria uma conquista histórica para a produção da Apple, que dificilmente conseguirá convencer os votantes nas outras nove categorias onde concorre.

"Assassinos da Lua das Flores"

A maior ameaça a Gladstone vem de Emma Stone, antiga premiada na categoria por "La La Land" na cerimónia de 2017 e que apresenta uma peculiar versão feminina de Frankenstein, ansiosa por descobrir o mundo, saborear os seus prazeres e enfrentar as suas misérias em "Pobres Criaturas", Leão de Ouro no último Festival de Veneza.

A visão retrofuturista do realizador Yorgos Lanthimos que resulta numa crónica feminista tem 11 nomeações e a aposta mais segura parece ser na categoria de Melhor Direção Artística (que inclui uma reimaginação fantástica de Lisboa), mas com hipóteses, além de Stone, na Caracterização e Guarda-Roupa. Muito distante, por causa da concorrência, será Argumento Adaptado, embora não falte quem defenda que Tony McNamara tornou ainda melhor o romance de origem de Alasdair Gray.

"Pobres Criaturas"

"Anatomia de uma Queda", vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes, um drama francês sobre uma mulher suspeita de ter assassinado o marido, abalou Hollywood e tem sido muito debatido nas últimas semanas.

A Academia tem um contingente internacional cada vez mais forte e houve cinco importantes nomeações, mas Filme, Realização (Justine Triet) e Montagem parecem estar fora do seu alcance. O mesmo em relação a Melhor Atriz, embora alguns acreditem que Sandra Huller poderá beneficiar de uma hipotética divisão de votos entre Lily Gladstone e Emma Stone.

Mas nas últimas semanas instalou-se a perceção que os votantes não podem deixar sem nada um filme cuja admiração extravasa as fronteiras da comunidade cinematográfica internacional, com o favoritismo a virar a seu favor para Melhor Argumento Original (Triet com o companheiro Arthur Harari) após uma criativa campanha de promoção que incluiu a sua adorável estrela canina.

"Anatomia de uma Queda"

Já "American Fiction", uma produção da Amazon, conseguiu a notável façanha de mostrar o racismo sistémico dos EUA e a hipocrisia através da comédia, com Jeffrey Wright no papel de um escritor negro dececionado com uma indústria editorial que só se interessa por livros sobre a comunidade negra que abordem os problemas de drogas ou de pobreza nos seus bairros.

E quando ele escreve exatamente sobre isso em jeito de brincadeira, consegue finalmente atingir o sucesso!

A sátira mordaz ganhou o prémio do público do Festival de Cinema de Toronto e entre as cinco nomeações, é a favorita ao Óscar de Melhor Argumento Adaptado, ultrapassando "Oppenheimer" e "Barbie", o que seria uma forma de premiar Cord Jefferson também pela sua estreia como realizador de longas-metragens.

"American Fiction"

Já "Maestro", a tentativa mais recente de Bradley Cooper de conquistar os votantes dos óscares com um filme biográfico sobre Leonard Bernstein que realizou, co-escreveu e protagonizou, chegou a umas impressionantes sete nomeações, mas parece destinado a ganhar apenas a estatueta de Melhor Caracterização.

Seria um resultado agridoce para um filme que chegou às manchetes pela prótese de um nariz que Cooper usou para interpretar o maestro e compositor, uma controvérsia da qual nunca conseguiu escapar completamente, apesar das críticas favoráveis.

"Maestro"

"Vidas Passadas"  levou o público às lágrimas quando estreou no Sundance Film Festival em janeiro de 2023: viajando entre continentes, a comovente crónica de Celine Song narra o intenso reencontro de dois amigos de infância cujas vidas divergiram radicalmente.

Apenas nomeado para Melhor Filme e Argumento Original, há quem aposte numa recompensa na segunda graças ao grande apoio que recolhe da comunidade 'indie' dos EUA.

"Vidas Passadas"

"A Zona de Interesse", um filme sobre o Holocausto como nenhum outro, elogiado por Spielberg como o melhor que viu no género desde o seu "A Lista de Schindler", é um drama angustiante de Jonathan Glazer que mantém os horrores de Auschwitz na periferia, tanto visual quanto auditivamente.

Examinando a indiferença e a banalidade dos comandantes do campo e das suas famílias, o resultado é uma meditação pouco ortodoxa e assombrosa sobre a banalidade do Mal que, na corrida para cinco prémios, se agiganta para ganhar Melhor Filme Internacional, ainda que os seus fãs apostem num segundo prémio na categoria de Som.

"A Zona de Interesse"

Nas poucas categorias que devem escapar aos que estão nomeados para Melhor Filme, "Homem-Aranha: Através do Aranhaverso" é o favorito para Melhor Longa-Metragem de Animação, cinco anos depois da vitória na categoria com "Homem-Aranha: No Universo Aranha", embora alguns apostem num volte-face a favor de "O Rapaz e a Garça", do mestre japonês Hayao Miyazaki.

"Homem-Aranha: Através do Aranhaverso"

Ao lado de Ken Powers e Justin K. Thompson, destaca-se entre os realizadores do filme de super-heróis o português Joaquim Dos Santos, mas o seu nome não consta da lista de nomeados apesar de ter sido o primeiro dos três associado ao projeto.

E a 'fava' dos Óscares vai para... como foi negada a nomeação a Joaquim dos Santos pela animação "Homem-Aranha"
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A omissão do português é a consequência de uma "regra arbitrária" da Academia que permite que apenas quatro 'equipas' de nomeados possam ser reconhecidos na categoria, pelo que só Powers, Thompson e os produtores Phil Lord, Chris Miller e Amy Pascal terão direito à estatueta em caso de vitória.

Para Melhor Documentário, uma categoria sem qualquer produção americana, "20 Days in Mariupol", da Ucrânia, parece ter um ligeiro favoritismo sobre "Quatro Filhas", da Tunísia, e "Bobi Wine: The People’s President", sobre a estrela musical, ativista e líder da oposição no Uganda.

Nos Efeitos Visuais, as tendências apontam para uma disputa que favorece uma das surpresas do ano, "Godzilla Minus One", em relação a "O Criador".