A caminho dos
Óscares 2021
"Os 7 de Chicago" recebeu o prémio de Melhor Elenco, o que mais de aproxima de Melhor Filme nos prémios do Sindicado dos Atores Americanos (conhecidos por SAG), conhecidos do domingo à noite (4).
Vencendo "Da 5 Bloods", “Ma Rainey: A Mãe do Blues”, "Minari" e "Uma Noite em Miami", o filme de Aaron Sorkin para a Netflix torna-se o concorrente mais sério ao favorito "Nomadland - Sobreviver na América" na corrida aos Óscares (que não estava nomeado para Melhor Elenco pois é formado principalmente por não atores representando versões ficcionais de si mesmos).
Os SAG são um importante indicador das tendências do interior de Hollywood já que, estatisticamente, parte dos votantes também pertencerá à Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que atribui os Óscares.
Representando Yahya Abdul-Mateen II, Sacha Baron Cohen, Joseph Gordon-Levitt, Michael Keaton, John Carroll Lynch, Eddie Redmayne, Mark Rylance, Alex Sharp e Jeremy Strong, o ator Frank Llangella, que interpretou o juiz Julius Hoffman no filme, recordou as palavras de Martin Luther King.
"Deus, dá-nos líderes, disse o reverendo Martin Luther King, antes de ser abatido a sangue frio nesta mesma data em 1968 - uma injustiça profunda. O Julgamento dos 7 de Chicago começou 18 meses mais tarde, dirigido por um juiz corrupto - eu. [O realizador e argumentista] Aaron Sorkin estava determinado em contar as suas histórias e a sua realização respeitosa transformou um grupo de atores díspares num conjunto. O reverendo King estava correto. Precisamos de líderes que nos orientem para odiar menos uns aos outros. Temos uma dívida de agradecimento às vozes dos 7 de Chicago e especialmente a Aaron Sorkin, o nosso líder, cuja voz é a alma deste filme", declarou o ator.
Tal como outros eventos da temporada, a cerimónia adaptou-se à pandemia: foi transmitida numa versão editada de uma hora e em diferido no domingo à noite nos canais TNT e TBS.
Os nomeados já se tinham juntado virtualmente por zoom na quarta (os das séries) e quinta-feira (os dos filmes), altura em que se conheceram os vencedores e foram gravados os discursos.
Apesar dos acordos por escrito a envolver os atores e os seus representantes, a lista dos vencedores na área dos filmes começou a circular logo na quinta-feira nas redes sociais, embora tenha sido encarada com ceticismo por ser o Dia da Mentiras.
Ainda assim, a maior surpresa dos SAG é a escolha de Viola Davis como Melhor Atriz por “Ma Rainey: A Mãe do Blues”, juntando-se à previsível escolha do colega Chadwick Boseman como Melhor Ator a título póstumo.
A categoria das atrizes principais será a mais incerta para a noite dos Óscares de 25 de abril: os SAG escolheram Viola Davis, os Globos de Ouro optaram por Andra Day ("The United States vs. Billie Holiday"), que nem estava nomeada pelo sindicato dos atores, enquanto os Critics Choice elegeram Carey Mulligan ("Uma Miúda com Potencial").
A confusão pode aumentar com os prémios BAFTA (os prémios da Academia britânica) pois após um novo sistema de júri ter escolhido as nomeações dos atores, apenas Vanessa Kirby ("Pieces of a Woman") e Frances McDormand ("Nomadland") coincidem com a corrida às estatuetas de Hollywood.
Esperada era a escolha de Daniel Kaluuya como Ator Secundário pelo papel de Fred Hampton, o falecido líder da organização política Black Panther, em "Judas e o Messias Negro", juntando-se a Chadwick Boseman como as apostas mais seguras dos atores na corrida aos Óscares.
Até agora, apenas dois atores receberam um Óscar póstumo: Peter Finch por "Escândalo na TV" (1976) e Heath Ledger por "O Cavaleiro das Trevas" (2008).
Já a sul coreana Youn Yuh-jung foi escolhida como Melhor Atriz Secundária por "Minari", uma história de imigrantes sul-coreanas ambientada em Arkansas na década de 1980. É a primeira vencedora asiática de um prémio SAG individual e inclina a seu favor o favoritismo que até agora era repartido principalmente por Maria Bakalova ("Borat, O Filme Seguinte"), Glenn Close ("Hillbilly Elegy") e Amanda Seyfried ("Mank").
Pelo trabalho dos duplos, foi premiada a equipa de "Mulher-Maravilha 1984".
"The Crown" repete nas séries
Também nas séries a sorte favoreceu principalmente a Netflix: vencendo "Better Call Saul", "Bridgerton", "Lovecraft Country" e "Ozark", pelo segundo ano consecutivo "The Crown" recebeu o prémio para Melhor Elenco de Drama, com Gillian Anderson também a ser distinguida como Melhor Atriz pela interpretação de Margaret Thatcher.
Entre os atores no mesmo género, Jason Bateman recebeu o troféu por "Ozark".
Para o prémio de Melhor Elenco de Comédia, "Schitt’s Creek" ultrapassou "Dead to Me", "The Flight Attendant", "Ted Lasso" e "The Great" e "Schitt’s Creek", repetindo o domínio dos Emmys e Globos de Ouro. A série recebeu ainda um prémio individual para Catherine O’Hara como Melhor Atriz.
Entre os atores, Jason Sudeikis arrecadou mais um troféu pela série "Ted Lasso".
Tal como aconteceu noutros eventos, as categorias de interpretação em Telefilme ou Minissérie tiveram como vencedores Mark Ruffalo ("I Know This Much is True") e Anya Taylor Joy ("Gambito de Dama").
"The Mandalorian" recebeu o prémio reservado ao trabalho dos duplos em séries de drama ou comédia.
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