
Os valores divergem de notícia para notícia, mas não os factos principais: por volta de 2014, Nicolas Cage tinha estourado a sua fortuna numa vida extravagante (talvez 150 milhões de dólares) e estava com uma conta gigantesca para pagar em impostos (6,3 ou 14 milhões).
A partir daí, o ator começou a acumular créditos como estrela dos filmes produzidos diretamente para "video-on-demand", que culminaram com seis em 2019. Aliás, mesmo antes de terem vindo a público as suas dívidas, o ritmo de trabalho já era intenso: foram 50 filmes entre 2009 e 2021.
Numa nova entrevista, o ator clarificou como foram esses tempos.
"Tenho todos estes credores e o IRS e estou a gastar 20 mil dólares por mês para tentar manter a minha mãe fora de uma instituição mental, e não consigo. Estava tudo a acontecer ao mesmo tempo", contou numa entrevista à revista GQ.
O ator voltou a repetir que não quis entrar com um pedido de insolvência e começou aí a fase intensa de "filmes diretos para vídeo" que muitos fãs e colegas acharam não ser dignos do vencedor de um Óscar, mas há uma ideia que quer corrigir: garante que nunca aceitou um projeto em que não acreditasse.
"Quando estava a fazer quatro filmes por ano, uns a seguir aos outros, ainda tinha de encontrar algo neles para conseguir dar tudo. Nem todos resultaram. Alguns deles foram incríveis, como 'Mandy' [2018, de Panos Cosmatos], mas alguns deles não resultaram. Mas nunca estive em piloto automático. Portanto, se houve um equívoco, foi esse. Que estava apenas a trabalhar e não queria saber. Eu importava-me", garantiu.
Segundo a revista, Nicolas Cage "acabou de pagar todas as suas dívidas" há um ano e meio, logo a seguir a fechar o contrato para interpretar uma versão ficcionada de si mesmo em "O Peso Insuportável de um Enorme Talento", que está a receber excelentes críticas (chega em Portugal a 21 de abril).
A fase dos "filmes diretos para vídeo" tem outra justificação: "o telefone parou de tocar" com propostas dos estúdios de Hollywood após os fracassos seguidos de "O Aprendiz de Feiticeiro" (2010), "Ghost Rider: Espírito de Vingança" (2011) e "Destino Infernal" (2011).
Mas o ator garante que está a gostar de trabalhar no circuito independente: "Gosto mais de fazer filmes como 'Pig - A Viagem de Rob' [2021] e 'Morrer em Las Vegas' [1995, com o qual ganhou o Óscar] do que filmes como 'O Tesouro' [2004 e 2007]".
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