Numa entrevista à revista Entertainment Weekly no ano passado, Nicolas Cage admitiu: "Tive de lidar com erros no passado e de sair por mim de um buraco financeiro, encontrando filmes que funcionaram para mim em termos de representação e também, como acontece com toda a gente, pagassem as contas. Afinal de contas, é um emprego".

De facto, na sequência de despesas incontroláveis e má gestão financeira, aguçadas pela crise económica, o ator viu-se com uma dívida de 14 milhões de dólares em impostos em 2008 e desde então anda a fazer o acerto com o seu trabalho.

O ritmo tem sido constante e elevado: entre 2009 e 2021, foram 50 filmes (o que inclui animações e vários "diretos para vídeo").

Nicolas Cage recusa ver filme em que faz de... Nicolas Cage: ir ao cinema seria "uma viagem maluca demais"
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Com estreia em Portugal a 21 de abril, o 51.º filme de Nicolas Cage chama-se "O Peso Insuportável de um Enorme Talento", onde faz uma versão "fictícia" e muito neurótica de si mesmo a tentar entrar num projeto de Quentin Tarantino ao mesmo tempo que está pressionado por dívidas elevadas, que o levam a aceitar um milhão de anos pela presença na festa de aniversário de um mexicano que é um grande fã (Pedro Pascal), sem saber que é o líder de um cartel de drogas.

Mas o ator garante que não aceita tudo o que lhe aparece à frente para pagar dívidas.

"Tive de fazer uma escolha muito clara. Não sou o tipo de pessoa que vai entrar com um pedido de insolvência. O que quer que me tenha acontecido em 2009, tomei a decisão de trabalhar para sair disso. Mas apenas fiz filmes em que pensei que lhes podia trazer algo autêntico. Recusei muita porcaria. Mas acho que a quantidade constante de trabalho – que provavelmente vai continuar – me fez melhor no meu trabalho", revelou à revista The Hollywood Reporter.

"Desenvolvi este mantra que é, 'Nunca tive carreira, só tenho trabalho'", acrescentou antes de repetir o que já disse no passado: trabalhar ajuda-o a ser melhor pessoa porque tem uma estrutura algo "auto-destrutiva" quando está sem fazer nada.

Sobre se olhava para trás e via algum filme em que tivesse dito "aqui está um que gostaria de não ter feito", a resposta foi quase filosófica.

"Existe uma diferença entre remorsos e arrependimento. Não tenho qualquer arrependimento. E quando digo isso, o que estou a tentar dizer é que estou a aplicar os meus erros ao meu presente para aprender a melhorar e ser um homem melhor. E acho que todos os filmes que fiz que não funcionaram me levaram a este lugar onde estou agora, onde posso fazer um filme como 'O Peso Insuportável de um Enorme Talento' e contar a história com alguma integridade e autenticidade. Tudo aconteceu por uma razão", explica.

"Tenho que olhar para isto assim porque é a forma mais saudável e positiva de olhar para isso", resumiu.

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