Em fevereiro de 2023, Ana de Armas causou sensação mediática ao dizer que a ideia de "estrela de cinema" deixou de existir por causa das redes sociais.

"Sinto que as novas gerações não têm esse conceito, por causa das redes sociais. Há tanta informação por aí e excesso de partilha", contava à revista Vanity Fair.

Um ano depois, Natalie Portman, falou sobre as mudanças que tem testemunhado ao longo da sua carreira de décadas e a erosão do impacto da sua arte, descrevendo que a geração mais jovem, a dos seus filhos, está mais familiarizada com os populares YouTubers do que com as estrelas de cinema.

“O que surpreendeu foi o declínio do cinema como uma forma básica de entretenimento. Agora, parece muito mais um nicho. Se perguntarmos a alguém com a idade dos meus filhos sobre estrelas de cinema, eles não conhecem ninguém comparado com as estrelas do YouTube, ou algo do género", disse a vencedora de um Óscar com "Cisne Negro" (2010) precisamente à Vanity Fair.

"Há uma libertação nisso, no facto de a tua arte não ser uma arte popular", acrescentou.

"Podemos explorar o que realmente é interessante para nós. Torna-se muito mais uma questão de paixão do que de negócio. E também é interessante em ter cuidado para não se tornar algo elitista. Acho que todas estas formas de arte, quando se tornam menos populares, tem de se começar a pensar 'Ok, agora estamos a fazer isto para quem?”, notou.

Portman também descreve que existe uma "democratização da criatividade, onde os guardiões foram rebaixados e todos podem fazer surgir coisas e talentos incríveis”.

“E a acessibilidade é incrível. Quando estava a crescer, se alguém morasse numa cidade pequena talvez não tivesse acesso ao grande cinema artístico. Agora a sensação é que se pode ter acesso ao que quer que seja se se tiver internet. É muito estranho que se possa sentir, ao mesmo tempo, que nunca houve tantas pessoas a poder ver o teu estranho filme artístico por causa do seu extraordinário acesso. Portanto, é esta moeda de duas faces”, concluiu.