Franco Zeffirelli "faleceu serenamente após uma longa doença, que se agravou nos últimos meses", informou a imprensa italiana, citando fontes da família do cineasta.

"Profunda emoção pelo desaparecimento do mestre Franco Zeffirelli. Embaixador italiano do cinema, da arte e da beleza. Um grande realizador, argumentista, cenógrafo. Um grande homem da cultura", lamentou o chefe do governo italiano, Giuseppe Conte, nas redes sociais.

"Esperava que este dia nunca chegasse. Franco Zeffirelli partiu esta manhã. Um dos maiores homens da cultura mundial. Estamos uniados na dor dos seus entes queridos. Adeus, querido Mestre, Florença nunca te esquecerá ", escreveu Dario Nardella, presidente da câmara de Florença.

Para o ministro italiano da Cultura Alberto Bonisoli, Franco foi "um génio do nosso tempo".

Após o anúncio da morte, os meios de comunicação mundiais prestaram homenagem ao cineasta A BBC lembrou que ele dirigiu estrelas como Elizabeth Taylor e Maria Callas, enquanto os grandes palcos italianos, do La Scala de Milão ao La Fenice em Veneza, expressam o seu pesar nas suas contas no Twitter.

Franco Zeffirelli morreu na sua casa em Roma, no Appia Antica, rodeado pelos filhos adotivos Pippo e Luciano, de um médico e do padre da igreja San Tarcisio.

(FILES) In this file photo taken on November 24, 2004 Italian film director Franco Zeffirelli poses at the British Embassy in Rome before receiving the medal of knighthood from the British ambassador to Italy. - Italian director Franco Zeffirelli died aged 96 in Rome on June 15, 2019. The director of movies and operas

Há cerca de uma semana, o realizador, que sofria de pneumonia há muito tempo, recebeu os últimos sacramentos, informou a imprensa italiana, citando a família.

Após o funeral, cuja data e local ainda não foram definidos, o corpo repousará no cemitério das Portas Sagradas de Florença.

Ao contrário do que a sua família anunciou, a capela ardente não será instalada na segunda-feira em Roma, mas na famosa sala dos Quinhentos do Palazzo Vecchio de Florença. "Todos poderão cumprimentá-lo na sua Florença", disse o presidente da câmara da capital da Toscana, Dario Nardella.

Profundamente ligado à sua cidade natal, Franco Zeffirelli dirigiu em 1966 o documentário "Per Firenze" ("Para Florença") em que descreveu com emoção a inundação histórica que atingira a cidade no mesmo ano e que deteriorou muito da sua riqueza artística.

Este filme, ao qual o ator Richard Burton emprestou a voz, permitiu a angariação de vinte milhões de dólares para os trabalhos de restauração e reconstrução.

Franco Zeffirelli também instalou a sua fundação no centro histórico de Florença, uma vez que queria tornar o seu trabalho acessível ao maior número de pessoas possível.

Uma "Traviata" para breve

Neste espaço barroco de 4.000 metros quadrados, oferecido pela Câmara por ocasião dos seus 92 anos, o maestro expôs as suas incontáveis coleções: milhares de croquis, testes preparatórios para suas sumptuosas decorações, cartazes dos vinte filmes que dirigiu durante a sua longa carreira.

Zeffirelli  também dirigiu mais de trinta peças teatrais e óperas.

Uma valiosa biblioteca guarda mais de 10.000 volumes dedicados à arte, história, literatura e entretenimento.

Admirado pela rainha da Inglaterra (o único na Itália neste caso) pelo seu trabalho na adaptação para o cinema das obras de William Shakespeare, recebeu quatro nomeaçõess aos Óscares por "Romeu e Julieta", um filme que lhe rendeu duas estatuetas (Melhor Fotografia e Melhor Guarda-roupa).

O seu trabalho mais recente como realizador, um sonho nutrido há mais de dez anos, foi a encenação de uma nova "Traviata", que abrirá a temporada do festival de ópera na Arena de Verona, no dia 21 de junho.

Aos 96 anos, ainda estava a planejar um "Rigoletto", cujo início estava marcado para 17 de setembro de 2020 no Sultanato de Omã, com a Ópera Real de Mascate.

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