Morreu Peter Simonischek, conhecido por inúmeras produções teatrais e principalmente pelo filme "Toni Erdmann".

O ator de 76 anos faleceu na noite de terça-feira rodeado da família na sua casa em Viena, confirmou à France-Presse uma porta-voz da associação austríaca de teatros nacionais. O principal teatro a que estava ligado era o famoso Burgtheater de Viena.

Bastante famoso nos países de língua alemã, ganhou aclamação internacional em 2016, quando interpretou o caprichoso professor de música reformado, ativista sensível e romântico da geração de 1968, no filme "Toni Erdmann", que enfurecia com comportamentos bizarros a sua filha, uma ambiciosa consultora de uma grande empresa alemã sediada em Bucareste com uma vida perfeitamente organizada, interpretada por Sandra Hüller.

A comédia de Maren Ade à volta dos pequenos absurdos da vida moderna e dos laços parentais desencadeados pelo pergunta "És Feliz" arrasou na temporada de prémios, chegando à nomeação ao então Óscar de Melhor Filme Estrangeiro e rendendo muitos elogios, popularidade e aclamação a Simonischek, o primeiro austríaco distinguido como Melhor ator nos Prémios do Cinema Europeu, com "Toni Erdmann".

Nascido em Graz, na Áustria a 6 de agosto de 1946, filho de um dentista, trabalhou nos palcos em países de língua alemã durante muitos anos e deveu a sua popularidade à interpretação de personagens muito diversas, quer nas peças de Labiche, quer no repertório clássico do Festival de Salzburgo.

Após passagens pelo Staatstheater Darmstadt e pelo Schauspielhaus Düsseldorf, foi um pilar da grande companhia Schaubühne, de Berlim, de 1979 a 1999. Em particular, trabalhou na primeira apresentação em alemão do sucesso mundial de Yasmina Reza, "Art", em 1995.

Os críticos elogiavam regularmente a sua "presença", a sua "explosiva" alegria de representar e as suas capacidades de "transformação".

Voltando à Áustria, Simonischek era membro da companhia do Burgtheater de Viena desde 1999 e também membro honorário desde 2019.

No seu país, ganhou grande popularidade pela interpretação de "Jedermann", uma alegoria sobre o julgamento final escrita pelo poeta vienense Hugo von Hofmannsthal (1874-1929).

A peça de culto é encenada todos os verões desde 1920 durante o Festival de Salzburgo e o ator interpretou durante oito anos, de 2002 a 2009, o papel-título de um burguês rico que, no entardecer da sua vida, dialoga com a morte.

Peter Simonischek em fevereiro de 2020

O trabalho nos palcos não o impediu de se juntar a dezenas de filmes e séries austríacos e internacionais muito populares.

Ele também batizou a sua biografia de "Estou disponível".

No entanto, ele diria que se tornou mais seletivo com a idade.

“Quando se é jovem, leva-se com alegria todas as produções”, disse em 2012 aquele que agora esperava de uma colaboração que lhe trouxesse “alegria e realização”.

Em fevereiro, esteve presente em fevereiro no Festival de Berlim com o seu último filme, dirigido pelo alemão Lars Kraume, o drama histórico "Measures of Man", sobre um jovem etnólogo berlinense.

Na vida pessoal, foi casado com a atriz Charlotte Schwab, relação de que nasceu Max Simonischek, também ator. Era casado desde 1989 com a atriz Brigitte Karner, de que nasceram dois filhos, incluindo Kaspar Simonischek, que também se dedica à interpretação.

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