O governo do Marrocos proibiu a exibição do filme britânico "The Lady of Heaven", que é considerado uma blasfémia em vários países muçulmanos.

O Centro Cinematográfico Marroquino (CCM) não autorizou o filme e proibiu a projeção comercial e cultural no território nacional, afirma um comunicado.

A longa-metragem conta a história da filha do profeta Maomé, Fatima Zahra, esposa de Ali, que foi o primeiro imã xiita.

O CMM é responsável pela emissão de licenças para filmagens em Marrocos e para a distribuição nos cinemas.

A decisão foi anunciada após se sabe que o Conselho Superior dos Ulemás [teólogos], o órgão oficial encarregado de emitir as "Fatwas", os decretos muçulmanos, "condenou firmemente" no sábado o conteúdo do filme.

O filme, que estreou a 3 de junho no Reino Unido, teve que ser retirado de cartaz de vários cinemas após os protestos de grupos muçulmanos diante das salas de cinema do país.

A Cineworld, a principal exibidora, justificou a retirada com os "incidentes relacionados" e para "garantir a segurannça dos nossos colaboradores e clientes", pedindo num email aos grupos de protesto "sinceras desculpas pelo transtorno causado".

Esta decisão foi considerada pelos seus críticos como perigosa para as artes e a liberdade de expressão e o produtor do filme, que apoiou o direito dos manifestantes de expressarem as suas opiniões, disse que retirar o filme era contra os valores britânicos.

A produção, que descreve a luta pela sucessão após a morte de Maomé, foi considerada uma "blasfémia" no Egito, Paquistão e Irão, que também proibiram a sua distribuição.

O filme já foi exibido em cinemas dos EUA e Irlanda, sem provocar qualquer controvérsia junto das comunidades muçulmanas.