A plataforma Netflix estreia na próxima quarta-feira, 28 de setembro, um dos seus projetos cinematográficos mais ambiciosos do ano: "Blonde", a biografia de Marilyn Monroe, interpretada por Ana de Armas.

A atuação da atriz cubana de 34 anos eletrizou o Festival de Cinema de Veneza no início de setembro, mas ela não foi premiada no evento.

Baseado num romance da escritora americana Joyce Carol Oates, o filme tem duração de 165 minutos e retrata de forma crua a ascensão ao estrelato e principalmente os problemas de saúde mental da estrela de Hollywood que morreu aos 36 anos em circunstâncias nunca completamente esclarecidas.

O filme é dirigido por Andrew Dominik.

TRAILER.

Ninguém sai impune nesta reinterpretação da vida da loira platinada, um ser frágil numa Hollywood misógina. Nem mesmo o então presidente John Fitzgerald Kennedy, que é retratado como um predador sexual, forçando Marilyn a fazer sexo oral nele enquanto está ao telefone.

Os maridos de Norma Jean (o nome verdadeiro da atriz) maltratavam ou desprezavam-na, de acordo com o relato de Carol Oates.

A estrela do basebol Joe DiMaggio é interpretado por Bobby Carnavale, enquanto o papel do dramaturgo Arthur Miller cabe a Adrien Brody.

"Mudou a minha vida"

Bobby Cannavale e Ana de Armas

"Independente de como o filme será recebido, Marilyn a mudou minha vida", confessou Ana de Armas em Veneza.

"Senti-me cheia de tristeza sabendo tudo o que aconteceu com ela, também como mulher, e não lutei contra esses sentimentos, não queria proteger-me disso", explicou.

O filme evoca a infância destroçada de Marilyn, filha de uma mãe solteira com problemas psiquiátricos, a ausência do pai e, mais tarde, a maternidade que nunca se concretizou para a atriz.

Classificado com a classificação NC-17, ou seja, como impróprio para menores de 17 anos nos EUA, o filme poderá ser visto pelos quase 220 milhões de subscritores da Netflix e não será exibido nos cinemas.

Muito por causa de Ana de Armas, que além da parte emocional, também mostra muito fisicamente, em cenas prolongadas de topless e, num momento, completamente nua.

"Fiz coisas neste filme que nunca teria feito por mais ninguém, jamais. Fi-lo por ela e fi-lo pelo Andrew", revelou a atriz à revista Variety.

"Sei o que se vai tornar viral e é nojento. É perturbador só de pensar nisso. Não posso controlá-lo; não se pode realmente controlar o que eles fazem e como tiram as coisas do contexto", acrescentou sobre as cenas.

"Acho que não me fez pensar duas vezes, só foi desagradável pensar sobre o futuro dessas imagens", esclareceu.

Ana de Armas com o realizador Andrew Dominik

"Blonde" é mais um passo na notável carreira da jovem que nasceu na Cuba comunista de Fidel Castro, começou a fazer teatro, foi para Madrid aos 18 anos e depois, em 2006, seguiu para os EUA, onde já teve papéis importantes, como a amante holográfica de Ryan Gosling em "Blade Runner 2049".

Armas passou meses a preparar-se para o papel de Marilyn e embora tenha recebido algumas críticas pelo seu sotaque, a sua atuação foi amplamente elogiada em Veneza.

Em busca de maior realismo, o filme foi rodado na mesma casa onde Norma Jean cresceu, antes de passar alguns anos no orfanato, e também na casa onde foi encontrada morta.

O filme não esclarece o mistério sobre a morte, que foi oficialmente provocada pela ingestão de barbitúricos.

"As suas cinzas estão espalhadas por toda a Los Angeles", disse o realizador Andre Dominik, que trabalhou no filme durante 10 anos antes de a Netflix concordar em financiar o projeto.

O filme alterna preto e branco com cores e tem uma banda sonora poderosa, graças aos músicos Warren Ellis e Nick Cave, entre outros.

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