Depois de um verão passado a recuperar de uma insuficiência cardíaca, Manoel de Oliveira cumpre um dia de aniversário em família.

Manoel de Oliveira, o mais velho realizador ainda em atividade, termina um ano que ficou marcado pela estreia do filme «O gebo e a sombra», que passou no festival de Veneza, e pela rodagem da curta-metragem «O conquistador conquistado», a convite de Guimarães Capital Europeia da Cultura.

Atualmente tem outros dois filmes em carteira, ambos em fase de captação de financiamento: «O velho do Restelo», inspirado em textos de Camões, Teixeira de Pascoaes e Cervantes, e «A igreja do diabo», a partir dos contos de Machado de Assis.

Manoel de Oliveira nasceu a 11 de dezembro de 1908 no Porto, embora o registo fixe a data de nascimento no dia seguinte.

Depois de uma participação num filme de Rino Lupo, em 1928, estreou o primeiro filme, a curta-metragem documental «Douro, faina fluvial» em 1931.

Nestes 80 anos de atividade cinematográfica, com algumas interrupções ainda durante o Estado Novo, Manoel de Oliveira fixou um percurso que é considerado fundamental na história do cinema português, nem sempre consensual, nem sempre compreendido pelo público, mas quase unanimemente elogiado pela crítica.