A atriz francesa Juliette Binoche irá presidir o júri internacional da 69.ª edição do Festival Internacional de Cinema de Berlim, que acontecerá em fevereiro de 2019, anunciou hoje a organização.

“Estou muito contente por ter a Juliette como presidente do júri. O festival partilha uma forte ligação com ela, e estou muito feliz por ela regressar ao festival nesta posição de destaque”, disse o diretor da Berlinale, Dieter Kosslick, a quem a atriz francesa agradeceu “a honra e o convite”, acrescentando que irá “abraçar a tarefa com alegria e empenho”.

Desde que se estreou no grande ecrã, em 1983, com o filme “Liberty Belle”, de Pascal Kané, foi distinguida com vários prémios, como o Óscar de Melhor Atriz Secundária, pelo desempenho em “O Paciente Inglês”, de Anthony Minghella, em 1997, que lhe valeu também o galardão da academia britânica de cinema e televisão (BAFTA) e o Urso de Prata de melhor atriz precisamente no Festival Internacional de Cinema de Berlim.

Binoche recebeu ainda o Volpi Cup de Melhor Atriz, no Festival de Veneza, em 1993, com “Três Cores: Azul”, de Krzysztof Kieślowski, o César de Melhor Atriz - prémio do cinema francês -, em 1994, com o mesmo filme, e o Prémio de Interpretação Feminina do Festival de Cannes, em 2010, com “Cópia Certificada”, de Abbas Kiarostami.

A mais recente presença da atriz nos ecrãs da Berlinale aconteceu em 2015, quando o filme “Ninguém Quer a Noite”, dirigido por Isabel Coixet, abriu o festival.

Binoche estreou-se no cinema em 1985, com um pequeno papel em "Eu Vos Saúdo Maria", de Jean-Luc Godard, a que se seguiram "Má Raça", de Leos Carax, em 1986, como coprotagonista, e o filme de Philip Kaufman “A Insustentável Leveza do Ser”, em 1988, baseado no romance homónimo de Milan Kundera, tendo desempenhado o papel de Teresa, um dos principais do drama.

Desde então participou em mais de 40 filmes. Os mais recentes são “High Life” (2018), realizado por Claire Denis, e “Doubles vies”, de Olivier Assayas, que foram estreados este ano.

A atriz esteve em Portugal em 2013, como convidada do Lisbon & Estoril Film Festival (LEFFEST), durante o qual falou do início da sua carreira, num encontro com o público, no Cinema Nimas, em Lisboa.

"O meu sonho inicial foi o teatro, não o cinema", disse então Juliette Binoche, que confessou o seu maior desejo como atriz: "Atingir a individualidade das pessoas e levar uma esperança de transformação. A transformação é a nossa prenda. Estou apaixonada por esta profissão porque é a profissão da transformação. É a melhor do mundo".

Binoche tinha já sido convidada do festival em 2009, quando foi alvo de uma homenagem e apresentou uma exposição com fotografias de realizadores com quem trabalhou, entre os quais Michael Haneke, Abel Ferrara, Abbas Kiarostami e Leos Carax.