O filme mais recente do espião James Bond, "007: Sem Tempo Para Morrer", será exibido na próxima semana em Londres, após um adiamento de 18 meses por causa da pandemia e quase seis anos depois da última longa-metragem da saga, "007: Spectre".
Membros da realeza britânica e heróis da luta contra a pandemia estarão entre os convidados para a antestreia do filme número 25 da série, no célebre Royal Albert Hall de Londres.
A longa-metragem deve representar a despedida do ator Daniel Craig, de 53 anos, como o agente 007. Três datas de estreia previamente programadas - março e novembro de 2020 e abril de 2021 - foram canceladas.
Daniel Craig e seus colegas de elenco, incluindo Rami Malek e Léa Seydoux, estarão na passadeira vermelha ao lado dos príncipes Charles e William para uma exibição de gala a 28 de setembro, dois dias antes da estreia nos cinemas do Reino Unido e Portugal.
Profissionais da saúde e membros das Forças Armadas também estarão presentes e foram convidados para outras 10 antestreias no Reino Unido como reconhecimento pelo seu trabalho contra a COVID-19.
"Estamos incrivelmente emocionados por lançar o filme nos cinemas", afirmou a produtora, Barbara Broccoli, ao podcast oficial da longa-metragem.
"O filme é uma celebração de Bond, o número 25 em quase 60 anos e, o mais importante, Daniel Craig está de saída. Então, sentimos que é um grande evento", completou.
TRAILER.
Experiência cinematográfica
Operadores das salas de cinema, estúdios como MGM (co-proprietário da saga 007) e a distribuidora Universal Pictures esperam que o lançamento consiga atrair os espectadores de volta aos cinemas à volta do mundo.
As salas estiveram fechadas durante a pandemia em mercados importantes, como Reino Unido e Estados Unidos, o que provocou o adiamento de várias estreias, com um elevado custo financeiro.
O estúdio MGM, adquirido este ano pela gigante das compras eletrónicas Amazon por quase 9 mil milhões de dólares, investiu 250 milhões de dólares na produção.
O filme anterior de James Bond, "007 - Spectre", de 2015, arrecadou mais de 880 milhões de dólares em todo o mundo, segundo as revistas especializadas.
"É muito importante que as pessoas assistam a este filme nos cinemas, foi pensado, filmado e produzido para estar nas salas, para ser uma experiência de cinema", disse o coprodutor Michael Wilson.
"Realmente resistimos a outras alternativas como o 'streaming'", completou.
Barbara Broccoli descreveu o filme, realizado pelo americano Cary Joji Fukunaga e rodado na Noruega, Itália e Jamaica, como "uma obra-prima cinematográfica".
Papéis femininos
Em "007: Sem Tempo Para Morrer", Bond abandona o seu merecido descanso na Jamaica para embarcar numa perigosa missão e resgatar um cientista sequestrado, após um pedido do amigo e agente da CIA Felix Leiter.
Rami Malek, vencedor do Óscar de Melhor Ator pelo papel do vocalista do Queen Freddie Mercury em "Bohemian Rhapsody", interpreta o vilão Safin.
Lashana Lynch aparece como uma nova espia do MI6 britânico ao lado de Bond, enquanto a francesa Léa Seydoux regressa como Madeleine Swann, já presente em "007: Spectre".
A atriz e argumentista britânica Phoebe Waller-Bridge ("Fleabag") colaborou no argumento para melhorar a representação feminina, após as muitas críticas de misoginia e sexismo contra a saga.
A estrela jovem da música pop Billie Eilish e o seu irmão Finneas O'Connell escreveram a música tema do filme, que se tornou um sucesso no Reino Unido.
"Ingrato"
Daniel Craig, de 53 anos, interpretou o elegante agente secreto noutros quatro filmes, começando por "007 - Casino Royale" em 2006, e chegou a aparecer como o agente ao lado da rainha Isabel II na abertura dos Jogos Olímpicos de Londres-2012.
No podcast de Bond, o ator disse que obteve o papel com a promessa de tentar "reinventar", mais do que recriar, a personagem.
"O que Daniel trouxe para a personagem foi uma espécie de revelação das emoções", disse Broccoli sobre o papel.
Em 2015, o ator britânico declarou, no entanto, que "preferia cortar os pulsos" a voltar a interpretar 007.
Numa entrevista publicada esta semana, Craig afirmou que o comentário foi uma "brincadeira", mas reconheceu que pareceu "ingrato".
"Para ser completamente honesto, estava a pensar: não sei se posso fazer outro destes", declarou, ao recordar que partiu uma perna durante as filmagens de "007: Spectre".
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