Este ano estava destinado a ser o da recuperação dos filmes. Mas com o início da convenção CinemaCon na segunda-feira em Las Vegas, os donos de cinemas estão a torcer e a rezar por sinais de que 2025 está de volta aos eixos.

As bilheteiras tiveram um arranque terrível, marcado por fracassos de grande visibilidade como a versão em imagem real de "Branca de Neve" da Disney, a sequela de "Capitão América: Admirável Mundo Novo" e a bizarra ficção científica "Mickey 17".

Os 1,3 mil milhões de dólares (1,2 mil milhões de euros, à cotação do dia) arrecadados na América do Norte até agora estão 7% abaixo do primeiro trimestre de um já magro 2024, prejudicado pelas greves massivas dos atores e argumentistas de Hollywood do ano anterior.

Tudo isto está a agitar uma indústria que nunca regressou totalmente aos níveis de lucro pré-pandemia e adotou informalmente o lema "Sobreviva até 2025".

Assim sendo, o evento anual CinemaCon no casino Caesars Palace é uma oportunidade importante para os estúdios de Hollywood apresentarem os seus próximos filmes aos donos de cinemas — e, quem sabe, inspirar um pouco de confiança de que os bons tempos estão a voltar.

"As bilheteiras estão em baixa. Precisamos de uma recuperação. Precisamos de mais filmes", disse Daniel Loria, vice-presidente sénior da empresa de análise Boxoffice Company.

"É realmente um bom 'timing' porque é exatamente isso que vamos obter da CinemaCon", disse recentemente num podcast.

Homem-Aranha e Bond?

"007: Sem Tempo para Morrer" (2021)

O evento começa na segunda-feira à noite com uma apresentação da Sony Pictures, o lar dos filmes extremamente populares do "Homem-Aranha".

Espera-se que o estúdio abra a expectativa para filmes como "28 Anos Depois", a sequela de terror apocalíptico há muito em preparação de "28 Dias Depois" (2002) do realizador Danny Boyle, com Jodie Comer, Aaron Taylor-Johnson e Ralph Fiennes.

Mais tarde na semana, a Amazon MGM fará uma grande apresentação, poucos dias após revelar os novos produtores para a saga James Bond que comprou por muitos mil milhões de dólares.

A Warner Bros. irá estar desesperada para recuperar de fracassos como "Mickey 17" e "The Alto Knights" — um filme de Robert De Niro que arrecadou apenas cinco milhões de dólares em todo o mundo no seu recente fim de semana de estreia, apesar de ter custado 45 milhões, sem incluir o marketing.

O estúdio tem uma programação de deixar água na boca, incluindo o novo filme de Leonardo DiCaprio "One Battle After Another" e o importante "Superman", que espera revitalizar toda a sua saga de super-heróis da DC.

"Superman"

Numa tradição quase anual, a Paramount apresentará o seu mais recente filme "Missão: Impossível", lançando os rumores inevitáveis ​​de uma aparição de Tom Cruise no palco do auditório gigante do casino.

É improvável que a estúdio mencione a sua proposta de fusão com a Skydance: a Paramount está envolvida num processo com a administração de Donald Trump sobre uma entrevista da CBS News com Kamala Harris durante a eleição do ano passado.

Outros estúdios que se devem apresentar esta semana incluem a Universal Pictures, com as suas mais recentes sequelas de "Mundo Jurássico" e "Wicked", e a Lionsgate, a casa dos muitos filmes "John Wick" de Keanu Reeves.

A Disney, com uma lista cada vez maior de super-heróis da Marvel e uma nova sequela de "Avatar" prevista para dezembro, encerrará o evento na quinta-feira à noite.