
A percentagem de norte-americanos com confiança para ir às salas de cinema teve uma queda abrupta e preocupante, avança a publicação especializada The Hollywood Reporter.
Analisada de perto pelos estúdios de Hollywood, a sondagem regular do National Research Group do final de julho revelou que a "nível de conforto" geral desceu de 81% para 70% em apenas três semanas, numa altura em que aumentam os casos COVID-19 por causa da variante Delta.
Entre as razões avançadas pelos que não se mostram "muito confortáveis" para ir ao cinema, 52% indicaram as novas variantes, enquanto outros 42% disseram estar "muito preocupados" com a variante Delta, uma subida de oito pontos em relação à semana anterior.
São os homens e os menores de 18 anos os que se mostram mais disponíveis para ir ao cinema, enquanto a maior quebra de confiança é no grupo das mães, que passou de 75% para 59%.
Um estúdio, a Paramount, não perdeu tempo a reagir a estes resultados específicos e a 30 de julho adiou a estreia do filme familiar "Clifford the Big Red Dog", prevista para 13 de setembro.
A decisão gerou especulações sobre se outros filmes de setembro e outubro também poderão mudar de data por causa da pandemia.
Foi notado que um segundo trailer de "Venom: Tempo de Carnificina", lançado a 1 de agosto, anunciava a estreia para "este outono", sem indicar 24 de setembro (uma semana antes em Portugal).
Em paralelo, o THR destaca as "notícias conflituantes" dos resultados de bilheteira da estreia de "Jungle Cruise", com Dwayne Johnson e Emily Blunt no último fim de semana: os 27,6 milhões de dólares a nível internacional são descritos como "horríveis" e os 35 milhões nos EUA, ainda que mais do que era esperado, confirmam que a afluência aos cinemas está longe de regressar aos tempos da pré-pandemia (a estes valores juntam-se 30 milhões pagos pelos que viram o filme no Disney+).
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Ainda assim, um nível de confiança de 70% destaca-se dos resultados de último inverno, que andavam na zona dos 40%.
Para Ray Subers, do National Research Group, a percentagem mostra que "muitos espectadores aprenderam a viver com a COVID" e permitem ter otimismo para uma recuperação após a mais recente vaga da pandemia.
Com os especialistas ouvidos pelos estúdios a concordarem que a variante Delta vai dominar agosto mas a situação melhorará em setembro, o THR nota que os executivos ainda não estão a carregar no botão de emergência.
"Esta é uma situação muito complicada e não se pode aplicar uma resposta simples ou análise. Só podemos juntar a informação a cada fim de semana e avaliar continuamente", sintetizou Paul Dergarabedian da Comscore, um famoso analista das bilheteiras muito seguido em Hollywood.
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