A caminho dos
Óscares 2025
Pedro Almodóvar regressa com a sua primeira longa-metragem em inglês aos Prémios Goya do cinema espanhol, que são entregues este sábado, mas terá a forte concorrência do 'thriller' de grande sucesso "La infiltrada" e o drama social "El 47".
Ausente da cerimónia na cidade andaluza de Granada por razões de saúde, o cineasta rebelde de La Mancha, que já ganhou dez Goyas em filmes como "Tudo Sobre a Minha Mãe", "Volver" e "Dor e Glória", defende agora "O Quarto ao Lado", filmado em inglês entre Nova Iorque e San Lorenzo del Escorial, perto de Madrid.
Na gala, o filme concorre a um total de dez 'cabezones' [cabeças grandes], como são apelidados os Goyas, incluindo Melhor Realização, Argumento Adaptado e Atriz, disputada pelas duas protagonistas, Julianne Moore e Tilda Swinton.
No entanto, o vencedor do Leão de Ouro de Veneza terá fortes rivais nesta 39.ª edição do equivalente espanhol dos Óscares, já que “El 47”, com as suas 14 nomeações, é o favorito, seguido de "La infiltrada", com 13, e “Segundo Premio”, com 11.
Inéditas nas salas portuguesas, estas três longas-metragens concorrem ao prémio mais cobiçado da noite, o de Melhor Filme, junto com os catalães "Casa en flames" e "La estrella azul", uma ficção sobre a viagem à Argentina nos anos 1990 do cantor espanhol Mauricio Aznar para se encontrar com o cantor e compositor Atahualpa Yupanqui.
"El 47", dirigido por Marcel Barrena, narra a luta por serviços públicos numa favela de Barcelona na década de 1970, liderada por um motorista de autocarro.
"La infiltrada" é uma história acelerada sobre a história real de uma jovem polícia que se conseguiu infiltrar num dos comandos mais procurados da organização armada basca ETA.
Este filme da realizadora basca Arantxa Echevarría, vencedora do Goya em 2019 para estreia em realização com "Carmen y Lola", vem com o impulso de ter sido o segundo filme espanhol de maior sucesso nas bilheteiras de 2024, com quase 1,3 milhões de espectadores.
O outro grande nomeado, “Segundo Premio”, é uma ficção dos realizadores Isaki Lacuesta e Pol Rodríguez sobre a banda de rock Los Planetas, que ganha especial significado pelo facto de o grupo ter nascido em Granada.
O filme recria o processo de gravação de 'Una semana en el motor de un autobús' (1998), considerado o álbum auge de Los Planetas e um dos mais importantes álbuns de rock espanhol da década de 1990.
Na secção que premia o melhor filme latino-americano, o brasileiro "Ainda Estou Aqui" aparece como favorito, recebendo forte impulso após a sua indicação para três Óscares, incluindo Melhor Filme.
O filme de Walter Salles sobre a ditadura militar brasileira (1964-1985) tem como adversários o uruguaio "Agárrame Fuerte", o argentino "El Jockey", o chileno "El lugar de la Otra" e o costarriquenho "Memorias de un cuerpo que arde".
Os candidatos a Melhor Filme Europeu serão os franceses “O Conde de Monte Cristo” e “Emília Pérez”, o italiano “A Quimera” e o britânico “A Zona de Interesse” (todos já passaram nos cinemas nacionais) e a animação da Letónia “Flow - À Deriva” (estreia em 20 de fevereiro).
Para Melhor Filme de animação concorrem "Buffalo Kids", "Guardiana de Dragones", "Mariposas Negras", "Rock Bottom" e "Super Pai Natal".
O Prémio Goya Internacional honorário concedido anualmente pela Academia Espanhola de Artes e Ciências Cinematográficas será para o ator norte-americano Richard Gere.
A Academia reconhece o 'contributo extraordinário para a arte cinematográfica' do intérprete de “Pretty Woman - Um Sonho de Mulher”, “American Gigolo” e “Chicago”, bem como o seu trabalho social, pela promoção de diversas ONG ao longo de décadas.
O Goya de Honra 2025 será recebido pela espanhola Aitana Sánchez-Gijón, que nas suas quatro décadas de carreira provou ser 'uma atriz completa: séria, responsável, competente, acessível e que sabe dar a todas as suas obras verdade, sinceridade e profundidade', afirmou a Academia.
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