Armie Hammer está de volta a trabalhar como ator pela primeira vez desde que a sua carreira implodiu de forma espetacular em 2021 por causa de vários escândalos sexuais, desde a revelação de detalhes gráficos sobre fantasias sexuais canibalistas de antigas namoradas a acusações de violação.
Partilhando nas redes sociais uma imagem já em preparação com a legenda "De volta à sela", o ator de 38 anos revelado em "A Rede Social" (2010) e valorizado por "Chama-me Pelo Teu Nome" (2017), vai ser um dos protagonistas de "Frontier Crucible", um western cuja rodagem arranca em novembro no estado do Arizona, incluindo o icónico Monument Valley.
No elenco desta produção independente realizada por Travis Mills estão ainda Thomas Jane ("Nevoeiro Misterioso"), Myles Clohessy ("The Pendragon Cycle), Eli Brown ("Contra-Ataque"), Eddie Spears ("Yellowstone") e Zane Holtz ("Hunter Killer"), o cantor Jonah Kagen e a estreante Mary Stickley.
Descrito por um dos produtores como um cruzamento entre "Cães Danados" (1992), de Quentin Tarantino, e "A Desaparecida, o Aleijado e os Trogloditas" (2015), a história centra-se num ex-soldado (Clohessy) com um passado trágico lançado numa aliança difícil com três bandidos (Jane, Hammer e Kagen), uma bela mulher (Stickley) e o seu marido ferido (Brown), na tentativa de sobreviver aos elementos e aos hostis da fronteira ocidental no Arizona da década de 1870.
Noutra etapa do regresso artístico, Hammer também lançou no início desta semana "The Armie HammerTime Podcast", tendo como convidado inaugural o ator Tom Arnold, descrito como um podcast que pretende ser um diário pessoal marcado pela implosão da carreira em Hollywood no espaço de poucas semanas.
No início de 2021, uma conta anónima nas redes sociais revelou mensagens privadas com detalhes gráficos sobre as suas fantasias sexuais canibalistas com antigas namoradas.
Na altura, Hammer disse em comunicado que não ia "reagir a essas alegações de treta, mas à luz dos ataques online perversos e espúrios [falsos]" desistia de fazer uma comédia romântica com Jennifer Lopez para não se afastar da família.
Mas seguiram-se vários relatos de alegados abusos sexuais, emocionais e mentais, e uma queixa por violação à polícia de Los Angeles: Hammer acabou despedido pela agência que o representava e perdeu os restantes projetos onde estava envolvido.
Em setembro de 2022 e mesmo sem acusações formais, o escândalo foi reforçado por “House of Hammer”, uma minissérie em três episódios que investigava as acusações de abusos sexuais, deu a palavra às alegadas vítimas e revelou um historial negro da família, baseado no livro de uma tia.
Hammer, que sempre desmentiu todos os relatos e manteve que as relações foram consensuais e esteve várias vezes em clínicas de reabilitação, só voltou a reagir em junho de 2023, novamente por escrito, quando agradeceu ao Ministério Público "por conduzir uma investigação minuciosa" à queixa de violação e decidir não avançar uma acusação por falta de provas sólidas, referindo a "complexidade do relacionamento" com a alegada vítima.
Em junho de 2024, no podcast “Painful Lessons” [“Lições dolorosas”], o ator deu a cara para falar sobre os problemas com promiscuidade, alcoolismo e drogas, os pensamentos suicidas, as alegações e como estava “grato” por tudo que passou nos últimos três anos.
Descrevendo tempos em que 'estava bêbado, drogado e a portar-me sempre como um idiota', revelou que nunca teve amor próprio ou “autovalidação” antes das acusações porque “tinha um emprego onde conseguia isso de tantas pessoas”.
“Na verdade, estou agora num lugar onde fico muito grato por isto, porque não me senti bem onde estava na minha vida antes de todas estas coisas acontecerem comigo. Nunca me senti satisfeito, nunca tive o suficiente. Nunca estive num lugar onde estivesse feliz comigo mesmo – onde tivesse auto-estima”, recordou.
O ator também falou sobre as acusações causarem “uma morte de ego, uma morte de carreira” e o levaram finalmente a tratar-se.
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