A primeira longa-metragem de ficção de Filipa Reis e João Miller Guerra, “Djon África”, estreia-se nas salas de cinema portuguesas a 29 de novembro, depois de ter sido exibida em vários festivais internacionais, foi hoje anunciado.
O filme irá estrear-se em pelo menos oito salas de seis cidades: Amadora, Setúbal, Leiria, Coimbra, Porto e Lisboa, de acordo com a produtora Terratreme Filmes.
Em “Djon África”, os realizadores voltaram à história de Miguel Moreira, jovem português descendente de imigrantes cabo-verdianos, que já tinha sido aflorada no documentário "Li Ké Terra", e filmaram uma ficção rodada entre o Casal da Boba, na Amadora, e Cabo Verde.
No filme, Djon África, a personagem que se pode confundir com a vida real de Miguel Moreira, viaja para Cabo Verde em busca das raízes familiares e do pai, que não conheceu.
"Queríamos usar um ponto de partida real para construir uma ficção, filmar no Casal da Boba era confortável e estávamos a usar sempre o mesmo método e processo. (...) Não nos interessa que o filme explique se é real ou ficcional", afirmou Filipa Reis à agência Lusa em janeiro, a propósito da estreia mundial do filme.
A realizadora contou que nesta história estavam interessados também em filmar a educação crioula e a cultura cabo-verdiana de Miguel Moreira que, por conta de “Djon África”, viajou pela primeira vez para Cabo Verde.
O filme estreou-se em janeiro no Festival Internacional de Cinema de Roterdão, na Holanda, integrado na principal competição deste certame.
Depois, “Djon África” foi exibido no festival "Novos Realizadores/Novos Filmes", que decorreu de 28 de março a 08 de abril em Nova Iorque.
Nessa altura, integrou a lista de filmes que o jornal norte-americano The New York Times considerou que era “preciso ver” naquele festival, no qual foram exibidas 25 longas e dez curtas-metragens, de 29 países dos cinco continentes. Nessa lista estava também “A Fábrica de Nada”, de Pedro Pinho.
Para o jornal norte-americano, “Djon África” “atinge um outro tipo de fusão”, diferente da de “A Fábrica de Nada”.
“Um ‘road movie’, que passa pelos bosques do passado imperialista de Portugal e pelo presente de Cabo Verde, misturando nostalgia e exuberância, e encontra um sentido anárquico de possibilidade num mundo de dor e injustiça”, lia-se no artigo.
Em abril, “Djon África” recebeu dois prémios no 36.º Festival de Cinema do Uruguai, em Montevideu.
O filme, que integrou a competição internacional de longas-metragens, foi distinguido com o prémio da federação internacional de críticos (FIPRESCI) e recebeu ainda uma menção honrosa do júri.
Em agosto, “Djon África” foi exibido no Festival Internacional de Cinema de Melbourne, na Austrália.
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