A antestreia do filme dinamarquês “Flee – A Fuga”, os 30 anos da produtora Animanostra e uma retrospetiva do cinema da Bulgária integram em março o Monstra - Festival de Animação de Lisboa, hoje apresentado.
Com o tema “A animação digital e analógica”, o Monstra exibirá mais de 400 filmes, entre longas e curtas-metragens, mas a programação contará também com cerca de uma dezena de exposições dedicadas a estúdios, projetos e realizadores que trabalham o cinema de animação.
Da programação anunciada, destaque para a antestreia portuguesa da longa-metragem documental “Flee – A fuga”, de Jonas Poher Rasmussen, documentário sobre as memórias de um afegão refugiado na Dinamarca.
O filme chegará ao Monstra antes de se estrear nos cinemas em abril, com um rasto de distinções e nomeações para prémios. Venceu o Grande Prémio de Annecy, em França, e está nomeado para três Óscares, incluindo de Melhor Animação e Melhor Filme Internacional.
Entre os 400 filmes a exibir em Lisboa, o Monstra terá, pela primeira vez, produções oriundas do Egito e do Paquistão, e estreará também “Belle”, fantasia japonesa de Mamoru Hosoda, inspirada em “A Bela e o Monstro” e que passou em 2021 no festival de Cannes, em França.
Das secções competitivas, para o prémio de melhor curta-metragem portuguesa estão indicados 11 filmes, entre os quais “A Boneca de Kafka”, de Bruno Simões, “A Criação”, de José Xavier, “O Teu Nome É”, de Paulo Patrício, “Tom Tom”, de João Levezinho, e “Degelo”, de Susana Miguel António e Filipa Gomes da Costa.
A eles juntam-se “Hillocks”, de Maria Ferreira, “O Voo das Mantas”, de Bruno Carnide, “Coalescence”, de João Pedro Oliveira, “Who Can Resist?”, de Pedro Serrazina, e “O Homem do Lixo”, de Laura Gonçalves.
De acordo com o programa hoje anunciado, a Bulgária será o país em destaque, permitindo, assim, fazer “uma retrospetiva profunda” do cinema de animação daquele país, ainda pouco divulgado, “mas repleto de ‘pérolas’ narrativas, estéticas e cinematográficas”.
Este ano, o Monstra associa-se ainda a duas celebrações, em forma de exposições na capital: Os dez anos do BAP Studio, nascido a partir da produtora Bando À Parte, e os trinta anos da produtora Animanostra.
A exposição dedicada ao trabalho do BAP Studio, do qual saíram filmes premiados como “Fuligem”, de David Doutel e Vasco Sá, “Elo”, de Alexandra Ramires, e “Purpleboy”, de Alexandre Siqueira, estará na Sociedade Nacional de Belas Artes.
A exposição sobre os 30 anos da Animanostra, “uma das mais antigas e importantes produtoras de cinema de animação em Portugal", estará na Galeria de Santa Maria Maior.
A estas junta-se ainda – já aberta ao público – a exposição no Museu da Marioneta, dedicada à primeira longa-metragem portuguesa de animação em ‘stop-motion’ “Os demónios do meu avô”, de Nuno Beato, em fase de finalização.
A realizadora britânica Joana Quinn, que em outubro passado esteve em Amarante na Festa Mundial de Animação, terá uma exposição na Sociedade Nacional de Belas Artes, intitulada “Desenhos de Animação”.
Desta realizadora, o Monstra irá exibir a curta-metragem “Affairs of the art”, que está nomeada para os Óscares.
O Monstra recordará ainda, na Cinemateca Júnior, o filme “Branca de Neve e os Sete Anões”, produção da Disney que cumpre 85 anos.
A 21.ª edição do Monstra decorrerá de 16 a 27 de março no Cinema São Jorge, Cinemateca Portuguesa, Cinemateca Júnior e Cinema City Alvalade.
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