«Este ano, vamos homenagear o 25 de Abril e também o cinema cabo-verdiano», disse à agência Lusa Léa Teixeira, diretora-geral do festival, sublinhando que o tema do festival este ano é «Liberdade e Democracia». De acordo com a organização do festival, será exibido um documentário feito especialmente para comemorar os 40 anos da Revolução dos Cravos: «As Memórias não se Apagam», do realizador e crítico de cinema José Vieira Mendes, em coprodução com o presidente da Academia Portuguesa de Cinema, e as jornalistas correspondentes Adriana Niemeyer e Léa Teixeira, com o apoio do FESTin. A curta-metragem de aproximadamente 35 minutos é o relato de um personagem que viu a dor e a alegria nos dois lados do oceano: a ditadura brasileira (1964-1985) e a liberdade no 25 de abril.
Na mostra Democracia e Ditadura, para além de uma mesa redonda e da dinamização de um jogo para o público infantil em parceria com a Associação Abril, serão exibidos filmes que lembram acontecimentos da história recente.
Destaca-se o documentário «De Armas e Bagagens» (na imagem), de Ana Delgado Martins, um retrato do retorno de 300 mil portugueses de Angola, entre 1974 e 1976, além de filmes sobre a ditadura militar brasileira.
Na homenagem a Cabo Verde, serão exibido vários filmes, entre os quais «O Testamento do Senhor Napomuceno», adaptação do realizador Francisco Manso, do romance de Germano de Almeida, segundo a organização.
O festival abre no dia 2 de abril com a estreia em Portugal do filme brasileiro «Serra Pelada» (2013), de Heitor Dhalia - sobre o garimpo de ouro no Brasil -, que está em competição no festival, juntamente com cerca de 430 filmes.
«A predominância é de filmes brasileiros, mas temos obras a representar Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Portugal», sublinhou Léa Teixeira. Entre os vários filmes longa-metragem em competição estão «Impunidades Criminosas" (Brasil), «O Destinado» (Angola), «O Espinho da Rosa» (Guiné-Bissau/Portugal), e «Pecado Fatal» (Portugal).
Para além da competição oficial, o festival volta a integrar a Mostra de Cinema Brasileiro. A habitual Mostra de Inclusão Social apresentará ainda um conjunto de filmes de temática social, que têm marcado a programação do FESTin desde a sua primeira edição, em 2010.
Segundo Leá Texeira, «pelo segundo ano, o FESTin contará com a Maratona de Documentários e ainda com o II Encontro Internacional de Jornalistas de Cinema», para além de uma mostra de filmes realizados em coprodução com a França, que é o país convidado do festival.
O festival de cinema lusófono é promovido pela Associação Cultura e Cidadania de Língua Portuguesa (ASCULP)/Padrão Actual, em coprodução com a EGEAC (empresa municipal da cidade de Lisboa responsável pela gestão de equipamentos e animação cultural)/Cinema São Jorge.
Os bilhetes para o festival estarão à venda na bilheteira do Cinema São Jorge a partir de 1 de abril e têm um custo entre 1,50 e 3,0 euros.
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