O documentário português "Batida de Lisboa", premiado no IndieLisboa 2019, tem hoje a estreia comercial no Reino Unido, onde vive a co-realizadora Rita Maia.
A projeção vai ter lugar no Institute of Contemporary Arts, mas a seguir parte para outros cinemas britânicos, enquanto que a estreia comercial em Portugal só deverá acontecer em setembro.
Rita Maia descreve "Batida de Lisboa" como uma "viagem" pelos subúrbios de Lisboa, onde encontra músicos com diferentes origens culturais, de Angola, São Tomé e Príncipe ou Cabo Verde.
"Filmámos muitos artistas e produtores, uns conhecidos e estabelecidos, outros menos, mas a escolha teve mais a ver com as histórias das personagens e não a qualidade da música. A ideia não é ser um filme informativo, mas imersivo", explicou.
O filme, que venceu o prémio IndieMusic, mostra as complexidades com que muitos músicos se confrontam, não só a nível pessoal, mas social e cultural.
O projeto surgiu no âmbito do trabalho como DJ na rádio Resonance FM, inicialmente como uma ideia de compilação musical, mas que evoluiu para um documentário cinematográfico.
Rita Maia e o diretor de fotografia Vasco Viana passaram dois anos a filmar até conseguir o material necessário, que submeteram ao IndieLisboa "à última da hora".
"Não sei se teria tido esta ideia de fazer o filme se não estivesse em Londres", confiou a DJ, que reside na capital britânica há 15 anos.
Embora tenha sempre explorado e procurado divulgar a música portuguesa ?underground', Rita Maia admite que nos últimos anos houve uma explosão e mais interesse internacional no que se faz em Lisboa.
"Há muitas editoras pequenas, muito talento e produtores, com mais acesso porque é possível fazer música num computador, e há mais pessoas que sabem como internacionalizar a música, mas também beneficiou do turismo em Portugal", afirmou.
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