Como escolhem os cardeais católicos um novo papa? O que acontece nas suas reuniões à porta fechada?

Esta é a premissa do 'thriller' “Conclave”, protagonizado por Ralph Fiennes e Stanley Tucci, que foi exibido domingo no Festival de Cinema de Toronto (TIFF) e chega a Portugal a 7 de novembro.

O relato ficcional das negociações de alto risco na Santa Sé, baseado num romance de Robert Harris, imagina como a morte de um papa envia as várias facções da Igreja para a batalha pelo seu futuro.

Fiennes, Tucci e John Lithgow lideram um elenco poderoso que está a gerar grande burburinho de Óscares, assim como o realizador Edward Berger, cuja versão alemã de "A Oeste Nada de Novo" ganhou quatro estatuetas douradas em 2022.

Fiennes interpreta o cardeal Lawrence, encarregado de organizar o chamado conclave, a assembleia ultrassecreta de cardeais que elege um pontífice. Tucci e Lithgow interpretam dois dos homens que disputam a ascensão ao trono papal.

“Nenhum homem sensato iria querer o papado”, diz o Cardeal Bellini (Tucci), um liberal que, no entanto, quer o cargo, na esperança de frustrar os conservadores que ele acredita que levariam a Igreja a um retrocesso social.

Reviravoltas abundam enquanto os homens mais santos revelam os seus pecados e delitos no filme, que teve a sua estreia mundial há cerca de uma semana em Telluride, outro dos principais festivais de outono da indústria e onde se começou a falar de Óscares.

Uma banda sonora pulsante do compositor vencedor do Óscar Volker Bertelmann (por "A Oeste Nada de Novo") impulsiona o ritmo tenso do filme, conduzindo-o para um desfecho inesperado.

Fiennes, 61 anos, foi duas vezes nomeado para as estatuetas, por “A Lista de Schindler” (1993) e “O Paciente Inglês” (1996), mas nunca foi vencedor.

Os especialistas já estão a sugerir que este poderá ser o filme que lhe renderá o prémio - ele figura na lista de todos para Melhor Ator no 'site' de previsões de prémios Gold Derby.

VEJA O TRAILER "CONCLAVE".

"Robot Selvagem"

'Nenhum filme se parece com este'

Entretanto, "Robot Selvagem", o mais recente trabalho de animação do estúdio DreamWorks, que teve a sua estreia mundial no domingo na maior cidade do Canadá, também certamente estará no debate da temporada de prémios. A estreia portuguesa será já a 10 de outubro.

A vencedora do Óscar Lupita Nyong'o surge como a voz da robô inteligente Roz, que fica abandonada numa ilha desabitada quando um tufão arrasa o seu navio de carga.

Para sobreviver, ela tem de se aproximar do zoológico de animais da floresta perplexos com a sua chegada.

Ela gosta principalmente do ganso Brightbill, que tem de aprender a voar para migrar com o resto do seu bando.

“Às vezes, para sobreviver, temos de nos tornar mais do que fomos programados para ser”, diz Roz, que reescreve parte do seu próprio código à medida que se aproxima dos seus novos amigos inesperados.

O elenco de primeira linha de vozes sob a direção de Chris Sanders ("Lilo & Stitch") também inclui Pedro Pascal, Mark Hamill, Catherine O'Hara e Stephanie Hsu.

Baseado num popular livro homónimo de Peter Brown, o filme apresenta divertidos companheiros animais, mas muito menos diálogos do que o normal num filme de animação, confiando em vez disso numa banda sonora de Kris Bowers.

A exuberante paisagem florestal, com ondas a quebrar na costa, é animada de uma forma que parece quase pintada.

“É uma fábula, é também uma história espantosa, e quebramos o molde visualmente – nenhum filme se parece com este”, disse Sanders à France-Presse na passadeira vermelha.

Após a estreia, Nyong'o explicou que Sanders a quis escolher porque gostou do "calor" da sua voz.

“Sabíamos que terminaríamos em algum lugar mais próximo do meu som natural”, disse ao público no Roy Thomson Hall durante uma sessão de perguntas e respostas.

“Sempre houve a intenção da sua voz refletir o seu arco para a individualidade, mas também encontrar aquela versão robótica de empatia.”

O Festival Internacional de Cinema de Toronto decorre até 15 de setembro.

VEJA O TRAILER "ROBOT SELVAGEM" (DOBRADO).