Os lendários compositores Ennio Morricone e John Williams foram galardoados com o Prémio Princesa das Astúrias das Artes, anunciou a organização do júri em Oviedo, na Espanha.

Ambos "enriqueceram centenas de filmes com o seu talento", salienta a ata que anuncia a decisão da 40ª edição dos prémios e reconhece o “valor fundamental” da sua criação musical para o cinema.

O júri destaca ainda a "personalidade inconfundível" de ambos e que "entre os seus trabalhos estão algumas das composições musicais mais icónicas da Sétima Arte, que já fazem parte da imaginação coletiva", tornando-os "dois dos compositores vivos mais venerados em todo o mundo".

Enquanto "Morricone construiu a sua reputação a compor música da Europa, nos filmes do Oeste Selvagem Americano", Williams "transferiu" o espírito da tradição sinfónica vienense para os êxitos cinematográficos de Hollywood.

John Williams

De facto, o italiano de 91 anos e o norte-americano de 88 permanecem entre os mais populares compositores de bandas sonoras da história do cinema desde a década de 1960.

O primeiro revolucionou as bandas sonoras dos "western spaghetti" de Sergio Leone (com destaque para "O Bom, o Mau e o Vilão" e "Aconteceu no Oeste") e intercalou o cinema europeu com Hollywood numa prolífica carreira com centenas de trabalhos, com destaque para "A Batalha de Argel", "Era Uma Vez na América", "Os Intocáveis" ou "Cinema Paraíso".

Recebeu um Óscar de homenagem pela carreira (2006) e finalmente um competitivo por "Os Oito Odiados" (2015).

Já John Williams, compositor de quase todos os filmes de Steven Spielberg, é a pessoa viva com mais nomeações para os Óscares (51) e apenas perde para o falecido de Walt Disney (59).

Ganhou cinco estatuetas, pela adaptação de "Um Violino no Telhado" (1971) e pelas bandas sonoras originais de "Tubarão" (1975), "A Guerra das Estrelas" (1977), "E.T. - O Extra-Terrestre" (1982) e "A Lista de Schindler" (1993).

Os Prémios Princesa das Astúrias destinam-se, de acordo com os Estatutos da Fundação, a premiar "o trabalho científico, técnico, cultural, social e humanitário" realizado por pessoas, instituições, grupos de pessoas ou instituições na cena internacional”.

De acordo com estes princípios, o Prémio Princesa das Astúrias das Artes será concedido pelo “trabalho de cultivo e melhoria de cinematografia, teatro, dança, música, fotografia, pintura, escultura, arquitetura e outras manifestações artísticas".

No ano passado, o Prémio Princesa das Astúrias das Artes foi atribuído ao dramaturgo Peter Brook.

Em edições anteriores foram distinguidos Martin Scorsese, Francis Ford Coppola, Michael Haneke, Norman Foster, Woody Allen, Paco de Lucía, Vittorio Gassmann, William Kentridge e Bob Dylan, entre outros.