O quinto "Indiana Jones" que Harrison Ford acabou de rodar no final de fevereiro pode não ser apenas a sua despedida do papel do famoso arqueólogo, mas também do cinema.

A revelação inesperada (ou "inconfidência") foi feita por John Williams: atualmente com 90 anos, o lendário compositor das bandas sonoras de alguns dos maiores títulos da história do cinema, incluindo "Star Wars", confirmou que a sua última banda sonora será para o filme que chega aos cinemas no verão de 2023.

No entanto, a inspiração para a sua retirada veio do ator, que fará 80 anos em julho.

"Neste momento, estou a trabalhar em 'Indiana Jones 5', que o Harrison Ford – que é bastante mais novo do que eu — penso ter anunciado que será o seu último filme. Portanto, pensei: se o Harrison pode fazê-lo, então talvez eu também possa", contou à Associated Press.

Seja como for, Williams, que também compôs a banda sonora para "The Fabelmans", o seu 29.º filme com Steven Spielberg, que chega aos cinemas ainda este ano, prefere não fazer um anúncio oficial de reforma: "Não quero ser visto como estando a eliminar categoricamente qualquer atividade. Não posso jogar ténis, mas gosto de poder acreditar que talvez um dia o faça".

Já Harrison Ford não anunciou mais planos para o cinema, mas pode ter já deixado sinais sobre por onde passa o seu futuro: a sua presença está confirmada nas séries "Shrinking" e "1923" (uma prequela de "Yellowstone"), no seu regresso à televisão de forma consistente pela primeira vez desde a década de 1970.

O ator prestou uma grande homenagem ao compositor quando se encontraram no final de maio na "Star Wars Celebration" em Anaheim (Califórnia), ao som da banda sonora de "Indiana Jones".

"É uma honra especial para mim ter a possibilidade de dar os parabéns ao John pelo seu 90.º aniversário. Disse ao John noutra ocasião, quando tivemos a oportunidade de nos juntar, que aquela música me segue aonde quer que eu vá. E sabem que mais? Fico feliz com isso", disse ao público.

"Aquela música estava a tocar nos altifalantes da sala de cirurgia quando fiz a minha última colonoscopia... desmaiei", acrescentou com um olhar sardónico.

A seguir, notou-se a emoção na voz ao falar da "vivacidade, generosidade, do espírito de criança deste homem, o homem mais gracioso, o homem mais gentil e bondoso, e um talento maravilhoso com o qual fomos todos abençoados".