
A iniciativa decorre de uma parceria da Cinemateca com o coletivo norte-americano de programação The Theater of the Matters, estando previstas exibições em Nova Iorque e em Chicago, até 9 de março.
Esta retrospetiva inclui as três longas-metragens feitas por ambos – “Trás-os-Montes” (1976), “Ana” (1982) e “Rosa de Areia” (1989) -, assim como as curtas-metragens do realizador, entre as quais “Painéis do Porto” (1963) e “Jaime” (1974).
Os dois realizadores forjaram “um cinema de grande comprometimento, profundamente enraizado na linguagem, no labor, mitos, sonhos e realidades materiais de uma terra e de um povo, nomeadamente, os camponeses de Trás-os-Montes”, refere a sala nova-iorquina cinema Metrograph que exibirá os filmes.
O cinema etnográfico de António Reis (1927-1991) e Margarida Cordeiro (1938) já tinha sido exibido nos Estados Unidos, numa primeira retrospetiva integral em 2012, que incluiu também filmes de realizadores que trabalharam com António Reis ou foram por ele influenciados.
Os filmes de António e Reis e Margarida Cordeiro também já foram exibidos em ciclos de cinema no Instituto Moreira Salles (Brasil) e no Museu Rainha Sofia (Espanha), entre outras instituições.
António Reis nasceu em Valadares, Vila Nova de Gaia, em 1927, e morreu em Lisboa, em 1991, enquanto Margarida Cordeiro, que começou a trabalhar com o cineasta e poeta em “Jaime”, nasceu em 1938, em Mogadouro, e trabalhou como médica psiquiatra.
Reis, que também foi poeta, começou como assistente de realização de Manoel de Oliveira, em filmes como “Acto da Primavera” (1962). Depois, como argumentista, escreveu os diálogos de "Mudar de Vida", de Paulo Rocha. Mais tarde afirmou-se como realizador de documentários e obras de ficção, assumindo um papel importante na vaga do Cinema Novo português, na década de 1960.
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