A Associação Americana Cazaque apelou às organizações responsáveis pelos Óscares, Globos de Ouro, BAFTA (prémios da Academia de Cinema Britânica) e Sindicado de Realizadores Americanos para banirem "Borat 2" de qualquer categoria dos prémios pelo que entende ser uma representação racista dos cidadãos do Cazaquistão.

A mesma associação já tinha apelado à Amazon para cancelar o lançamento do filme a 23 de outubro pelas mesmas razões.

Na carta mais recente citada pela publicação especializada Variety, co-assinada ainda pelos grupos ativistas Hollywood Film Academy (não confundir com a Academia dos Óscares) e o Conselho para as Relações Americano-Islâmicas, Sacha Baron Cohen é acusado de sequestrar a "identidade étnica" e o filme de perpetuar práticas de racismo, apropriação cultural, xenofobia, estereótipo étnico e "embranquecimento" (ter personagens de minoria etnia estrangeira interpretadas por atores de cor branca).

"Borat, o Filme Seguinte": Sacha Baron Cohen desmascara o mal numa viagem satírica com "timing" perfeito
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Em "Borat, o Filme Seguinte: Entrega de Suborno Prodigioso a Regime Americano Para Fazer Benefício à Outrora Gloriosa Nação do Cazaquistão", o mais famoso, desajeitado e ofensivo "jornalista" de ficção do Cazaquistão regressa para oferecer a sua filha ao vice-presidente norte-americano Mike Pence, com muitas confusões pelo meio, nomeadamente com seguidores de Donald Trump e o próprio Rudy Giuliani, o advogado pessoal do ainda presidente norte-americano.

Muitos analistas concordam que Maria Bakalova, uma revelação como a "filha" de Borat, pode ser nomeada para as estatuetas douradas como atriz secundária.

O primeiro filme, "Borat: Aprender Cultura da América para Fazer Benefício Glorioso à Nação do Cazaquistão", foi nomeado na categoria de Argumento Adaptado.

A Amazon anunciou que o novo filme foi visto por "dezenas de milhões" de subscritores no seu fim de semana de estreia.

VEJA O TRAILER DE "BORAT, O FILME SEGUINTE".

Curiosamente, o primeiro "Borat" foi banido em cinema e vídeo no Cazaquistão por dar uma imagem do país como racista, sexista e primitivo, mas a atitude começou a mudar após os responsáveis políticos descobrirem que o turismo aumentou com a popularidade do filme.

Em 2012, o ministro dos Negócios Estrangeiros acabou por agradecer a "ajuda" ao humorista britânico.

Oito anos mais tarde, com o lançamento da sequela, o país passou a abraçar oficialmente o fenómeno: o departamento de turismo usou numa campanha o "Very Nice", uma das frases mais conhecidas da personagem, para tentar contrariar o impacto da pandemia no setor.