Na guerra do 'streaming' haverá vítimas, antecipou o antigo e poderoso CEO da Disney.

“Não acredito que todos as plataformas são iguais. Não acredito que todas vão conseguir", disse sem rodeios Bob Iger durante uma conferência na quarta-feira, citado pelo Deadline Hollywood.

Retirado desde fevereiro de 2020, Bob Iger foi CEO da empresa Disney durante 15 anos, período em que liderou a transformação em líder mundial de entretenimento, incluindo a estratégia para adquirir Marvel, Pixar, Lucasfilm ("Star Wars") e a maior parte dos ativos de televisão e cinema do estúdio 20th Century Fox, além do lançamento do Disney+.

Sem surpresa, na conferência elogiou o trabalho da Disney+ e da sua grande rival Netflix, além dos "bolsos profundos" da Apple e Amazon, mas "não vou fazer previsões sobre as outras", o que deixou de fora por exemplo a HBO Max (da Warner Discovery), Peacock (Comcast) e Paramount+.

Na mundo em que impera a lei do mais forte, já há um perdedor claro para Bob Iger: "A televisão linear e o satélite estão a marchar em direção a um grande precipício e serão empurrados".

"Um mundo do dor" está a chegar e embora diga que não sabe dizer quando irá acontecer, também garantiu que irá embora.

Para o mundo do cinema, ficaram elogios sobre a experiência coletiva de ver filmes no grande ecrã e a garantia que a indústria está longe de estar a morrer, mas notou que agora é simplesmente mais pequena.

"Não acredito que os filmes voltem ao nível que eram antes da pandemia", referiu, descrevendo que existem "cicatrizes permanentes" do que aconteceu ao mundo desde março de 2020.

Apesar do otimismo de Hollywood para uma retoma graças aos bons resultados de bilheteira de filmes como "Top Gun: Maverick" ou "Mundo Jurássico: Domínio", Bob Iger diz que os consumidores estão muito mais seletivos: "Competição, escolha... substitui ir ao cinema".

Esta é uma "era de grande ansiedade" para a indústria no geral "porque é uma era de grande transformação", concluiu.