
Esta terça-feira, a Amazon MGM Studios confirmou oficialmente que Amy Pascal e David Heyman serão os produtores do próximo filme da saga James Bond.
A informação circulava na indústria desde sexta-feira passada: os experientes produtores vão continuar o legado mantido por Barbara Broccoli e Michael G. Wilson, cuja família controlou os destinos do agente secreto com licença para matar durante mais de 60 anos.
Foi a 20 de fevereiro que foi anunciado um acordo que surpreendeu Hollywood: uma nova 'joint venture' da Amazon com a família Broccoli que juntará os direitos de propriedade intelectual da saga 007 onde todas as partes permanecerão coproprietárias, mas o estúdio ficará com as mãos livres para decidir quem será o sucessor de Daniel Craig e sobre a expansão da saga, como a Disney fez com "Star Wars" e a Marvel no streaming.
Não foi revelada uma data para a estreia do 26.º filme, muito menos quem será o próximo 007.
"Estamos a abordar cada decisão criativa com James Bond, que a Barbara Broccoli e o Michael G. Wilson conduziram com tanta mestria, com o maior sentido de responsabilidade", destacou no comunicado oficial Courtenay Valenti, a chefe de cinema da Amazon MGM Studios.
E acrescentou: "Parte de um grupo de elite que desenvolveu e geriu grandes sagas de filmes para ter sucesso nas bilheteiras e aclamação artística, Amy Pascal e David Heyman são dois dos produtores de cinema mais talentosos, experientes e respeitados na nossa indústria. Estamos honrados por trabalhar com eles no próximo capítulo de James Bond e entusiasmados por apresentar uma história que sustente o legado impecável deste amada personagem ao público em todo o mundo."
Já os escolhidos destacam que "James Bond é uma das personagens mais icónicas da história do cinema. Estamos honrados por seguir os passos de Barbara Broccoli e Michael Wilson, que fizeram tantos filmes extraordinários, e animados por manter muito vivo o espírito de Bond ao embarcar na sua próxima aventura.”

Com 67 anos, a norte-americana Amy Pascal é a atual produtora dos filmes "Homem-Aranha" em imagem real e animação, além do recente "Challengers" e a nova versão de "Mulherzinhas".
Trata-se de uma veterana executiva com grande experiência em Hollywood, onde começou a trabalhar nos anos 1980, chegando a copresidente da Sony Pictures Entertainment (SPE), onde acompanhou a distribuição dos filmes mais rentáveis da saga Bond: "Casino Royale", "Quantum of Solace", "Spectre" e "Skyfall".
Também não falta experiência ao britânico David Heyman, de 63, principalmente à frente de toda a saga "Harry Potter" e das prequelas "Monstros Fantásticos".
Também foi um dos produtores dos filmes “Paddington”, "Eu Sou a Lenda", "Gravidade", "Era Uma Vez... em Hollywood", "Marriage Story", "Barbie" e "Wonka".

Ter acesso a James Bond foi grande parte da motivação para a Amazon comprar o estúdio MGM em 2021 por 8,5 mil milhões de dólares, uma operação que terá deixado a família Broccoli nervosa.
Sem se avançar na decisão de um sucessor para Daniel Craig apesar de vários nomes sugeridos,os produtores foram resistindo às sugestões para expandir a saga para lá de um filme a cada dois ou três anos: entre as ideias apresentadas estavam séries sobre a secretária Moneypenny e o agente da CIA (e ocasional parceiro de Bond) Felix Leiter ou até a história sobre uma mulher 007.
Segundo a revista The Hollywood Reporter (THR), as relações terão esfriado principalmente quando Jennifer Salke, a líder da Amazon MGM Studios, ter alegadamente "mortificado" Barbara Broccoli ao chamar "conteúdo" a James Bond durante uma reunião, enquanto Michael Wilson se terá queixado que não conseguia marcar encontros com os elevados executivos da Amazon.
Ainda de acordo com a revista especializada, a reforma de Michael Wilson, de 83 anos, terá sido um fator importante na decisão de se afastar da irmã, 19 anos mais nova.
Seja como for, a gota de água terá sido uma já viral reportagem publicada em dezembro pelo jornal Wall Street Journal que indicava que Barbara se referiu aos executivos do estúdio como uns "grandes idiotas".
“Não quero saber quanto é que custa, livrem-se dela.”, terá dito à sua equipa um furioso Jeff Bezos, presidente executivo da Amazon (uma fonte próxima desmentiu à THR que tenha feito qualquer comentário desse tipo e disse que a reportagem não teve impacto no novo acordo pois essas negociações decorreram ao longo de grande parte de 2024).
As fontes internas de várias publicações convergem é no valor do "quanto é que custa" para se livrarem da família: perto de mil milhões de dólares, ou 920 milhões de euros.
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