O capítulo mais recente das aventuras de "James Bond", "007: Sem Tempo Para Morrer", teve a sua antestreia mundial esta terça-feira em Londres, um filme de ação repleto de surpresas, em que Daniel Craig oferece a versão mais humana do popular agente secreto.
Longamente aguardado após vários adiamentos por conta da pandemia, a 25.ª longa-metragem do agente "007" estreia esta quinta-feira no Reino Unido e em Portugal. Craig coloca-se ao serviço de Sua Majestade pela última vez, e o nome do seu substituto ainda é um mistério. O fim do filme, que quebra vários códigos da franquia, deixa todas as hipóteses em aberto.
"A COVID complicou tudo, mas estamos aqui, lançamos o filme e não poderia estar mais feliz", disse Craig, que vestia um "smoking" de veludo rosa, no meio da chuva que caía sobre a capital britânica.
Compareceram à antestreia a iconoclasta estrela do pop Billie Eilish, de 19 anos, a cantora mais jovem a compor e interpretar músicas para a saga, e a realeza britânica, representada pelos príncipes Charles e William e as suas esposas.
Britânica de origem jamaicana, Lashana Lynch interpreta uma nova agente do MI6, feminina e negra, , e vê-se relegado para segundo plano quando ela pilota um avião, uma mudança de paradigma em relação ao sexismo dos primeiros filmes da saga.
"É um momento incrível ter uma protagonista negra no filme", disse Lashana na passadeira vermelha.
VEJA AS IMAGENS DA ANTESTREIA.
Missão: salvar o cinema
Inicialmente prevista para estrear em abril de 2020, a produção enfrentou uma lista de contratempos, incluindo 18 meses de uma pandemia que deixou as salas de cinema fechadas ou esvaziadas.
Agora, o desafio é fazer com que os espectadores regressem. E muitos esperam que a estreia do 25.º filme da série do agente 007, que a rede de cinemas Vue Entertainment apresenta como o "evento cinematográfico do ano", represente a recuperação para o setor.
"Há uma grande expectativa", admitiu Craig antes da estreia, acrescentando que espera "dar algum tipo de impulso à indústria" com o filme de 2 horas e 43 minutos, o mais longo da série, que terá estreia exclusiva nos cinemas.
A passadeira vermelha do Royal Albert Hall de Londres recebeu o ator inglês e os seus colegas de elenco, incluindo a cubano-espanhola Ana de Armas, o norte-americano Rami Malek e a francesa Léa Seydoux.
Sexismo e papéis femininos
Após bater alguns recordes dos seus antecessores, desde que o escocês Sean Connery interpretou em 1962 o agente secreto criado pelo escritor Ian Fleming em "Agente Secreto 007", Craig, de 53 anos, abandonará a série após este filme, o quinto do seu percurso.
Criticado em 2006 ao assumir o papel de 007 em "Casino Royale", o ator foi elogiado mais tarde por dar profundidade e complexidade emocional à personagem.
Após "007: Spectre" de 2015 e esgotado, declarou à revista Time Out que preferia "cortar os pulsos" a regressar, mas acabou por aceitar a nova missão, desta vez com realização de Cary Joji Fukunaga.
Primeiro cineasta norte-americano a dirigir um filme Bond, o californiano tornou-se famoso com a aclamada primeira temporada da série "True Detective" (2014) e o filme "Beasts of No Nation" (2015).
Fukunaga assumiu o projeto após o cineasta britânico Danny Boyle - realizador de filmes como "Trainspotting" e "Quem Quer Ser Bilionário"? — anunciar a saída da produção por "diferenças criativas" com os produtores, o que provocou o primeiro atraso numa longa-metragem inicialmente prevista para estrear no fim de 2019.
Rodado na Jamaica, Itália e Noruega, com um custo avaliado em 250 milhões de dólares, o filme também foi adiado por acidentes nas filmagens e uma lesão de Craig.
A história começa com um 007 aposentado que descansa na Jamaica. Mas a sua tranquilidade é interrompida quando um antigo amigo da CIA, Felix Leiter, pede ajuda para o resgate de um cientista sequestrado.
Após a estreia tão aguardada, o mistério fica por conta de quem interpretará 007 após Craig. A produtora Barbara Broccoli considera que deve continuar a ser por um homem.
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