A programação do Festival Internacional de Documentário de Melgaço (MDoc) contempla obras de 18 países e inclui ainda vários filmes convidados ou fora de competição e a apresentação do resultado final da residência “Plano Frontal”, com trabalhos de Inês Silva, Martina Tzvetan, Maria Inês Rodrigues, Vasco Trabulo Bäurele e Emanuel da Silva, enquanto ‘curtas’, e Sofia Espada, Luís Miguel Portela e Clara Araújo, enquanto exposições.
A sexta edição do MDoc, que antes se designava Filmes do Homem, mantém o objetivo de “promover e divulgar o cinema etnográfico e social”, ao programar “filmes que mostrem o ponto de vista do autor sobre questões sociais, individuais e culturais relacionadas com identidade, memória e fronteira”.
Pelo Prémio Jean Loup Passek para melhor longa-metragem internacional, a categoria principal, competem 15 filmes, dos quais quatro portugueses: “Campo”, de Tiago Hespanha, “Hálito Azul”, de Rodrigo Areias, “O Labirinto da Saudade” (foto), de Miguel Gonçalves Mendes, e “Quatro Estações e Outono”, de Pedro Sena Nunes.
O nome do galardão homenageia o crítico francês que morreu em 2016, responsável pela instalação no município do Museu de Cinema de Melgaço Jean Loup Passek.
As quatro obras competem também pelo prémio de Melhor Documentário Português com outras cinco obras, de média e curta duração, de Eduardo Brito, Susana Sousa Dias, Catarina Mourão, Regina Pessoa, e João Salaviza e Ricardo Alves Jr..
O quinteto de trabalhos disputa igualmente o galardão de Melhor Curta ou Média-Metragem Internacional, com filmes da Suíça, Alemanha, Estados Unidos, Síria e Irão.
Este ano, o evento celebrou uma parceria com a Federação Internacional de Cineclubes, que vai atribuir o prémio D. Quijote a um dos 28 filmes em concurso, "tendo por base a filosofia do movimento cineclubista, em particular a Carta de Tabor que assegura os direitos do público".
Entre as obras convidadas exibidas está “Menina”, rodado em França por Cristina Pinheiro, em 2017, e aqui exibido em várias sessões ao ar livre, mas também “Cidade Pequena”, de Diogo Costa Amarante, ou “Sinais de Serenidade por Coisas sem Sentido”, de Sandro Aguilar.
No dia 1 de agosto, o MDoc promove, pelo terceiro ano, o Encontro Internacional de Literacia de Cinema, intitulado Kino Meeting, com o objetivo de “alargar a formação e pensar estratégias de promoção de literacia para as imagens em movimento”.
Nesta edição, o tema prende-se com “os arquivos enquanto elementos de construção da história e da memória” e como pontos de partida para narrativas educativas, contando com oradores como Abi Feijó, o francês Jean-Baptiste Garnero ou a espanhola Yolanda Ribas Velásquez, além da apresentação dos resultados de uma oficina de Tânia Dinis, com crianças de Melgaço durante o festival.
À margem das projeções de filmes estão programadas várias exposições, como “Quem Fica”, de João Gigante, na Casa de Cultura, “120x160”, que expõe cartazes no tamanho do primeiro ‘poster’ de cinema, ou duas mostras de Daniel Maciel, do projeto “Quem Somos os que Aqui Estamos”, desenvolvido com a comunidade local em Prado e Remoães.
Espalhado por vários locais de Melgaço, da Casa da Cultura ao Museu do Cinema, várias escolas e até ao espaço público, o MDoc inclui ainda um curso de verão, o “Fora de Campo”, outras propostas formativas e visitas guiadas a exposições.
Dirigido por Carlos Eduardo Viana, o festival decorre de 29 de julho a 4 de agosto, e é organizado pela autarquia de Melgaço e pela associação Ao Norte.
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