É extraordinário o facto de vermos em dez episódios uma narrativa contínua tal como fosse um filme de dez horas. A ação cruzou o globo em cenários credíveis (só faltando mesmo o cheiro dos locais) em enredos que contam com uma multiplicidade de actores e vários twists à mistura.

A quinta e última temporada de "Strike Back" leva a dupla à prova de bala Michael Stonebridge (Philip Winchester) e Damien Scott (Sullivan Stapleton) do sudeste asiático à Europa central. Ambos fazem parte da equipa de operações especiais do exército britânico, a Section 20, nesta missão têm de deslindar a conspiração por detrás do assassinato do embaixador britânico na Tailândia. A bela e talentosa Michelle Yeoh interpreta uma agente tresmalhada do regime norte-coreano. Este é o primeiro trabalho de televisão na sua longa carreira de actriz.

"Strike Back – Legacy" coloca os heróis a enfrentar a yakuza, a máfia russa, mercenários americanos, um bombista do IRA e uma ameaça nuclear. O humor ligeiro e o drama mais intenso é intercalado pelo sentimento de “buddy comedies” numa narrativa dominada pela espionagem e “acção”. O sexo indulgente surge em doses mais controladas nesta temporada. A série é melhor consumida em modo faseado, o efeito binge pode criar algum elemento de saturação perdendo-se o elemento de cliffhangers na expectativa de espera para o episódio da semana seguinte.

A altura foi certa de "Strike Back" colocar um ponto final na saga, um objecto que atingiu tudo o que tinha para atingir, desde a segunda temporada tinha sido sempre a subir. Esta foi uma série de escape, um prazer proibido que vai deixar saudades pelo domínio do frágil equilíbrio entre o entretenimento e o drama de acção num objecto que procurou um realismo controlado sem nunca ter caído no registo chunga.

Ficam na memória os excelentes e inúmeros stunts de ação em redor do globo e o rol de bons atores que picaram o ponto ao longo das últimas temporadas, numa saga que não perde nada para os atuais (super) heróis de ação do grande ecrã.