"Vai haver muitas diferenças entre as séries", afirmou o ator, num encontro virtual com jornalistas internacionais. "A nova série será de esperança e terá muito kung-fu, 'Billy Jack' [cowboy de origem nativo-americana protagonista de 'westerns' dos anos de 1960/70], esse tipo de shows que eu adorava, e em que havia uma entidade a viajar pelo país e coisas a acontecerem, em vez de dois grupos a lutarem pelo seu território".

Norman Reedus, que interpreta Daryl Dixon em "The Walking Dead", será o centro da história do spin-off em conjunto com Melissa McBride, que dá vida a Carol Peletier. Os dois são as únicas personagens que restam do grupo original de sobreviventes que começou a saga televisiva em 2010, e cujo final está mercado para 2022.

"É doce-amargo perder uma série, e também fantástico começar outra", caracterizou o ator de 51 anos.

Reedus disse que não sabia se o seu personagem ia chegar ao final da série vivo. "Sempre achei que ia morrer no próximo guião e senti-me torturado durante muito tempo, a pensar que ia morrer na semana seguinte", afirmou. "Acho que nos devem pôr todos a fazer terapia quando terminarmos".

O ator explicou que o elenco começou a perceber a forma como os escritores desenhavam os finais dos personagens.

"Houve uma altura em que a série estava a matar personagens todas as semanas e nós andávamos malucos", lembrou. "Recebíamos os guiões e íamos logo ver o fim. Se a personagem estava muito bem e tinha muito para dizer, provavelmente ia ser morta".

"The Walking Dead" vai terminar com a 11.ª temporada, que terá 24 episódios e será dividida em duas partes. A primeira estreia em 2021 e, a segunda, em 2022. Depois disso, a showrunner Angela Kang vai regressar para comandar o spin-off com Daryl e Carol, que ainda não tem título oficial.

"Tenho um milhão de ideias para o spin-off", garantiu Reedus. "Há uma música que ando a tocar para toda a gente porque quero que faça parte do genérico. Se conseguir, acho que vai estabelecer o tom certo como acho que deve ser".

A 10.ª temporada termina hoje (ou quase) com o episódio 16, "A Certain Doom", que se estreia na FOX Portugal às 22h30.

O episódio 'ata as pontas' que tinham ficado soltas em abril, quando a cadeia AMC foi obrigada a adiar o desfecho, porque houve atrasos na pós-produção causados pela pandemia de COVID-19.

Com a batalha final entre os sobreviventes e o grupo antagónico The Whisperers, o episódio traz o regresso da personagem Maggie (Lauren Cohan), que tinha desaparecido em meados da 9.ª temporada.

Mas a produção vai filmar seis episódios extra que serão contabilizados como temporada 10 e irão estrear-se em 2021, antes do início da 11.ª e última temporada.

Agora, dez anos depois do início da saga, Norman Reedus disse que Daryl Dixon "às vezes é a primeira versão" de si próprio e reconheceu alguma tristeza por ver a série terminar.

"Esta é uma série sobre família e sobre estar juntos. Temos estas pessoas com diferentes histórias de vida que nunca andariam juntas se isto não tivesse acontecido", disse. "Sinto que a ligação, as amizades e o elemento familiar que eles experimentaram é o que os fortalece, o que lhes permite continuarem a seguir em frente".

Traçando um paralelo entre o cenário pós-apocalíptico de "The Walking Dead" e a situação que se vive neste momento, dominada pela pandemia de COVID-19, Norman Reedus assumiu o desejo de que a série influencie o mundo de forma positiva.

"Na série, as personagens não sobreviveriam se não estivessem juntos. Custa-me ver as pessoas a não usar máscaras e esse tipo de coisas", indicou. "Sinto que se toda a gente trabalhasse em conjunto como os personagens desta série, talvez já tivéssemos superado isto".

"Há tanta divisão neste momento, é impressionante - e muito mais assustador que o nosso programa de televisão", considerou.

O ator explicou que os protocolos de segurança sanitária para as filmagens serão rigorosos e incluem testes à COVID-19 três vezes por semana.

Reedus refletiu ainda sobre a multidimensionalidade dos personagens, que raramente são apenas heróis ou vilões. Negan (Jeffrey Dean Morgan) é um exemplo de um personagem que "fez muitas coisas para se redimir", disse Reedus.

"É difícil encontrar algo pelo que valha a pena arriscar a vida", afirmou. "Tem de haver alguma escuridão com a luz".

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