O CEO da Disney Bob Chapek foi pressionado sobre o despedimento de Gina Carano da série "The Mandalorian" durante a conferência anual de acionistas esta terça-feira (9).

A atividade da atriz nas redes sociais era polémica, intensificando-se nos últimos meses com a oposição ao uso de máscaras durante a pandemia, o gozo com o uso de pronomes neutros e questionando a legitimidade das eleições presidenciais nos EUA.

A 10 de fevereiro, a atriz partilhou uma mensagem nas redes sociais em que comparava pertencer ao Partido Republicano nos EUA (conservador) a ser judeu durante a Segunda Guerra Mundial.

No dia a seguir, a Lucasfilm, produtora da série "Star Wars", anunciou que a atriz não trabalhava com o estúdio e não havia "planos para ela no futuro".

"No entanto, as suas mensagens nas redes sociais a denegrir pessoas por causa das suas identidades culturais e religiosas são repugnantes e inaceitáveis”, referia o comunicado do estúdio que pertence à Disney.

Em resposta, Gina Carano disse que estava a ser vítima de "cancel culture" e anunciou uma parceria com o site conservador The Daily Wire para desenvolver um projeto de cinema.

Durante a conferência, um acionista perguntou pela "nova lista negra que pune conservadores na indústria do entretenimento", chamando a atenção para o estúdio ter reagido de forma diferente apesar de tanto a atriz como o colega da série Pedro Pascal terem partilhado "analogias semelhantes" sobre o nazismo nas redes sociais.

"Não vejo realmente a Disney caracterizando-se como tendo inclinações de esquerda ou direita", respondeu Bob Chapek.

Optando por não falar concretamente do despedimento, o CEO deixou a justificação nas entrelinhas ao acrescentar logo a seguir que a Disney "representa valores que são universais, valores de respeito, valores de decência, valores de integridade e valores de inclusão".

"E procuramos que não só a forma como agimos, mas o conteúdo que fazemos reflita a rica diversidade do mundo em que vivemos. E acho que é um mundo em que todos devemos viver, de harmonia e paz", concluiu.