Rogério Samora, que já participou em quase meia centena de longas-metragens de cinema e é «cliente» assíduo de séries, telenovelas, telefilmes e peças de teatro, está bastante contente com a sua participação em «Mar de Paixão», a telenovela que a TVI estreou, no passado dia 15 de Março, e que saltou de imediato para a liderança das audiências televisivas.
O actor desempenha o papel de Miguel Vasconcelos, um poderoso empresário, dono de uma empresa de construção civil lisboeta, que sofre o desgosto de perder a sua filha, num acidente de viação.
A partir daí a sua vida muda: separa-se da mulher e vive amargurado até conhecer Benedita Veloso (Paula Lobo Antunes), a grande protagonista da história.
Sapo TV trocou algumas impressões com Rogério Samora sobre a novela:
Quem é Miguel de Vasconcelos?
É um homem poderoso, para quem a perda e a substituição provocaram o desmoronamento dos seus valores interiores e da vida. Tudo estava certo. Tudo corria bem. De repente, com a morte da filha, deixa de estar. É como uma pessoa pensar que o Sol deixa de nascer para ela. Será assim que o Miguel se vai sentir. O Sol nasce para todos, menos para ele.
Mais uma vez, tal como aconteceu na anterior telenovela, «Flor do Mar», em que fazia de Gaspar, volta a ser um homem poderoso?
Sim. Mas é diferente. O Gaspar era um homem que sofria de um enorme amor pelo irmão e era um grande cobarde, porque nunca teve coragem para lhe dizer que o amava. O Miguel é o inverso. É um homem íntegro, leal, honesto, excelente profissional, engenheiro civil, bom marido, enfim, excelente em tudo.
Se era tão bom marido, como explica a separação da mulher?
Todos os casamentos são assim na vida real. Têm rupturas e momentos complicados. Trata-se de um percurso muito longo, que tem as suas montanhas-russas. Mas eu amo a Fernanda (papel desempenhado por Maria José Pascoal). Afinal ela é a mãe dos meus dois filhos.
Mas esse amor não o impede de fazer olhinhos à Benedita, que é bastante mais nova?
Olhinhos? Eu? Não! Quer que minta? Eu sou um grande mentiroso. Isso não é bem assim. A Benedita faz muito mal ao meu genro Eduardo (José Carlos Pereira), que é uma pessoa de quem eu gostava de ser pai. Ele é o filho que qualquer pai sonha ter. Tento protegê-lo. Mas o melhor é verem a telenovela, porque eu até sou contra os resumos dos próximos episódios. Se leio a trama, depois já não tem piada vê-la.
Não quer mesmo levantar um bocadinho a ponta do véu?
Não. As pessoas gostam de saber tudo. É como o processo «Face Oculta». Eu também gostava de saber o que é que o José Sócrates comeu naquele jantar em que falou do Mário Crespo...
Gosta de política?
Tenho interesse por tudo o que diga respeito à política. Aliás, aprendi com os políticos que nunca se deve dizer tudo. Só se mente e, a partir de agora, eu só minto. Mas, agora a falar a sério, estou feliz porque participo numa telenovela que vai ter três milhões de espectadores. Além disso, pagam-me bem para fazer aquilo que gosto. Não tenho razão de queixa.
Veja também algumas fotos da apresentação da novela.
(Texto: Carlos Tomás/ Fotos: Bruno Raposo)
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