Sem aviso prévio, em 2018, "La Casa de Papel" estreou-se na Netflix, depois de ter sido exibida no canal espanhol Antena 3. As audiências na TV não foram as melhores e nada fazia prever um sucesso global. Mas, semana após semana, a popularidade da série foi crescendo e conquistando espectadores, tornando-se numa das séries originais do serviço de streaming mais vistas de sempre em qualquer idioma em todo o mundo.

Quatro anos depois da estreia na televisão espanhola, "La Casa de Papel" chega ao fim. A segunda parte da quinta e última temporada da série estreia-se esta sexta-feira, dia 3 de dezembro, e o SAPO Mag esteve à conversa com o elenco e criadores durante uma conferência de imprensa mundial.

Meses e meses depois do final das gravações, Úrsula Corberó, Álvaro Morte, Pedro Alonso, Najwa Nimri, Miguel Herrán, Jaime Lorente, Esther Acebo, Darko Peric, Hovik Keuchkerian, Luka Peros, Belén Cuesta, Álex Pina, Jesús Colmenar e Esther Martínez Lobato voltaram-se a juntar em Madrid para se despedirem da série. Além da conversa com os jornalistas de todo o mundo, o elenco marcou presença num evento especial no Palacio Vistalegre, arena em Madrid com capacidade com 14 mil pessoas.

LA CASA DE PAPEL

"A segunda parte [da quinta temporada] é um pouco diferente porque, de certa forma, estamos a terminar uma viagem. Foi longa, bizarra, cheia de aventura e com emoção (...) Emocionalmente, para nós que escreveremos a série, precisávamos de terminar a viagem com muito sentimento. Nesta última parte, a narrativa é muito mais emotiva e isso faz parte porque também nos estamos a despedir", começou por frisar Esther Martínez Lobato, uma das guionistas da série espanhola.

O criador da Álex Pina acrescenta que "a última parte vai revelar novas facetas emocionais das personagens, fechando assim o ciclo de quem elas são". "Dará também várias respostas que nos ajudarão a perceber a totalidade do universo ‘La Casa de Papel'", explica.

"Muitas das cenas que mais gosto de toda a série estão aqui, nesta última temporada", confessa o criador da série espanhola, revelando que o tempo foi pouco para levar a cabo todas as ideias da equipa. "Foi o capítulo mais difícil de escrever, e quando acabámos estávamos exaustos. Fizemos isto em tempo recorde", recorda.

LA CASA DE PAPEL

Na conversa, o produtor e realizador Jesús Colmenar relembra que a primeira parte da quinta temporada foi marcada pelo caos. "O primeiro volume foi um epopeia da guerra. Este segundo volume é um epopeia comovente das personagens", defende, sublinhando que, "até ao último capítulo, o quebra-cabeça não está terminado" e que, até lá, "ninguém vai entender bem a série como um todo".

"Mas é um final equilibrado", acrescenta Álex Pina. "Esta última temporada tem muita adrenalina e muitas reviravoltas, mas  funciona muito bem em termos sentimentais (...) Quando chegarem ao último capítulo, as pessoas vão perguntar: mas como eles vão sair desta? Há muito para contar neste final", adianta.

Veja o trailer:

O entusiasmo em torno do final marcou toda a conversa, mas Jaime Lorente decidiu deixar um alerta aos colegas. "Independentemente do final, ninguém vai gostar porque ninguém gosta que as coisas acabem . Mas o importante é a viagem da série. O que aconteceu com as pessoas é forte o suficiente para valer a pena", defende o ator que veste a pele de Denver.

"A morte da Tóquio representa o fim da vida destas personagens, que coexistiram com os fãs à volta do mundo. Este último capítulo presta uma homenagem a todos eles. A estrutura e os conteúdos são muito interessantes, e todos encontram espaço nesta última parte para mostrarem o seu coração e alma. Tenho a certeza de que os cardiologistas ficarão contentes em verem menos ação", acrescenta, entre risos, Esther Martínez Lobato.

Mas não foram só as personagens que ficaram com as emoções à flor da pele. No momento da despedida, os atores e toda a equipa também confessou que já tem saudades de "La Casa de Papel". "O Professor deu-me muitas coisas bonitas (...) Algo que gosto muito no Professor é quando ele mostra a sua humanidade, quando ele mostra que é humano, porque às vezes pensamos que ele é apenas um robot incrível", confessa o ator Álvaro Morte.

Adeus,

"Levámos as personagens ao limite e parar por aqui parece-me ser uma decisão muito inteligente. Podíamos espremer ainda mais, mas corríamos o risco de estragar tudo. Além do fenómeno que se gerou, vou lembrar-me de todas as coisas boas - do trabalho durante as gravações, o elenco fantástico que sempre se ajudou e o trabalho que todos fizemos para elevar a série", acrescenta Álvaro Morte.

Já o colega Pedro Alonso, que veste a pele do carismático Berlim, recorda o seu último dia de gravações. "Gravei sozinho. Depois de cinco anos cheguei ao estúdio e não estava lá nenhum dos meus companheiros. Foi muito perturbador porque, de alguma maneira, vivi uma série paralela desde que a minha personagem morreu", confessa.

"Quando acordei no último dia pensei: 'vou só fazer o que tenho de fazer e vai correr tudo bem'. Como todos os seres humanos tentei manter um afastamento emocional, mas quando acabei de gravar, os guionistas deram-me uma carta que explicava o que estava a acontecer depois de toda a nossa história juntos, e só a consegui ler seis ou sete minutos depois, porque comecei a chorar desalmadamente. Apercebi-me mais uma vez do impacto que a série teve em nós, tanto profissional como pessoalmente", revela o ator.

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Úrsula Corberó, atriz que interpreta Tóquio, também falou sobre o fim da sua personagem na primeira parte da quinta temporada. "Foi muito difícil (...) estou super feliz com o final da Tóquio e não sei se tenho que dizer isso, mas... de certa forma, queria que acontecesse desta forma.  Tivemos muitas conversas e acho que a  Tóquio foi  'carne para canhão' desde o início", confessou.

"Foi um processo muito pesado porque filmei tudo cronologicamente e demorei muito para recuperar.  Acho que já recuperei, mas também não tenho certeza", acrescenta a atriz espanhola. "Não li os guiões, não sei o que acontece. Eles deram-me os capítulos há dois dias e decidi não vê-los porque assim não posso fazer spoilers. Quero ver esta última parte como um espectador e como uma fã", revela.

Na conversa, Najwa Nimri também fez um esforço para não revelar detalhes. "Quero contar tudo. Mas, sinceramente, dando a minha opinião sem contar nada (...) Adorei. Foi o que mais gostei. Parecia-me  muito complicado resolver esta confusão e fiquei encantada", conta Najwa Nimri. "Não posso dizer mais nada. Mas gostei, se não... não estava aqui. Quer dizer estava, mas não estava feliz. Ai, quero contar. Mas... 3 de dezembro. Pronto, já está", brinca a atriz.

O futuro de "La Casa de Papel"

Elenco de La Casa de Papel

"O fim de 'La Casa de Papel' é o fim de 'La Casa de Papel'", garante Jesus Colmenar. "A resposta a se pode haver uma sexta ou sétima temporadas é não. O fim da série é o fim da série e com isso a história termina", sublinha, adiantando que estão a ser planeados "projetos alternativos".

"Há cinco anos estávamos a escrever o episódio piloto. Esta viagem incrível desenvolveu-se Vamos ter outra coisa? É algo em que estamos a pensar, está no ar e girar", acrescentou Álex Pina.

Já horas depois da conferência de imprensa, durante o evento em Madrid, a Netflix confirmou que está a desenvolver um spin-off centrado em Berlim. A nova produção espanhola tem estreia prevista para 2023.

"Já o conhecemos como Berlim em 'La Casa De Papel' e agora é a vez de Andrés de Fonollosa. Já podemos anunciar que em 2023 chegará o spin-off da sua vida", revelou o serviço de streaming.

Vem aí uma versão sul-coreana de

Mas há mais. "Estão a chegar boas notícias de Seul. Já sabíamos que em 2022 chegaria uma versão coreana de 'La Casa De Papel' e agora podemos confirmar que o Park Hae-soo será Berlim", confirmou a Netflix.

O ator ficou conhecido ao vestir a pele de Cho Sang-woo em "Squid Game". "Já conhecem o Park Hae-soo, mas agora vai trocar o macacão verde pelo vermelho", gracejou o serviço de streaming nas redes sociais.

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