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Apesar de ter dado (muito) sangue, o episódio "Home" careceu muitas vezes de contexto. Se os criadores pensam que para manterem os fãs acham é necessário tanta morte de seguida, estão enganados. É preciso história.
Os treinos de Bran
A personagem de Isaac Hempstead-Wright, após uma temporada de pausa, aparece pela primeira vez esta temporada durante os ensinamentos do Third Eyed-Raven, que consistem em fazê-lo aceder ao passado. Neste caso em concreto revisita a infância do seu pai Ned com os tios Lyanna e Benjen. A confirmar-se as teorias dos fãs, esta pode ser uma parte fulcral na história da série, devido à hipotética ligação de Lyanna a Jon Snow (Kit Harington). No entanto, nada nos foi adiantado para além de que Hodor (Kristian Nairn), enquanto adolescente, sabia falar, e que o seu nome verdadeiro é Wylis.
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Dar história a uma personagem que vale pela sua simplicidade é um campo perigoso. Honestamente acho que de tudo aquilo que poderia e deveria ser mais explorado nesta temporada, esta nunca seria uma escolha necessária. Porém, tendo sido esta a escolha dos argumentistas, espero que Hodor tenha mesmo alguma relevância mas que nada seja feito que quebre a sua essência.
Tyrion toma as rédeas de Meeren
Com Daenerys (Emilia Clarke) a caminho de uma cidade de viúvas dothraki - não houve desenvolvimentos neste episódio - cabe a Tyrion (Peter Dinklage) fazer alguma coisa em relação ao reino desta, reino este que se avizinha cada vez mais pequeno. Isto porque todas as outras cidades foram retomadas pelos esclavagistas e Meeren está isolada.
Para tentar resolver este problema, Tyrion decide usar os dragões e vai até estes para os alimentar, algo que os mesmos não fazem desde a partida da sua mãe. Contra todas as probabilidades, Tyrion consegue tomá-los e inclusive fazer com que não o atacassem quando soltos. Foi bom ver Tyrion a assumir o papel de líder que merece, mas soube a pouco. Foi um desenvolvimento demasiado curto e é necessário mais para que esta estória funcione.
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Lannister abandonados
Podem ser a família que atualmente governa em King's Landing, mas no que toca à série estão a ser demasiado mal aproveitados. Toda a situação dos fanáticos religiosos que tanto tem para dar, quase nunca é focada com ênfase suficiente e Cersei (Lena Headey) está a perder tudo aquilo que é. Depois da humilhação a que foi sujeita no final da quinta temporada, é compreensível que esteja enfraquecida, mas tendo em conta a personagem que é, já vem tarde alguma tentativa de congeminação de plano. Sente-se falta do seu pulso firme, e a casa Lannister parece anda cada vez mais à deriva.
Um autêntico banho de sangue
Que Ramsay (Iwan Rheon) não é bom da cabeça, já todos sabíamos. Nunca estaremos é preparados para o seu próximo passo. Quando na temporada passada se soube que o seu pai, Roose, estaria à espera de um filho, tudo indicava para uma vingança. Este episódio a criança finalmente nasceu, mas mesmo depois de Roose ter dito a Ramsay que seria sempre o seu primogénito, ele matou-o durante um abraço com uma facada. Mas foi ainda mais longe, matando a madrasta e o irmão, dando-os de comer aos cães.
Este tipo de violência gratuita funciona quando temos em mãos uma personagem tão desequilibrada quanto Ramsay. O seu objetivo era governar Winterfell, e agora conseguiu-o, preparando-se para seguir para Castle Black e matar Jon Snow.
Disse que fazia sentido por ser Ramsay, o que não significa que faça sentido sempre. Neste mesmo episódio, tivemos um claro exemplo em que isso não funcionou. Refiro-me às Iron Isles e ao facto de o patriarca dos Greyjoy ter sido morto pelo irmão de forma completamente descontextualizada.
As mortes em "A Guerra dos Tronos" sempre foram muitas, mas sempre fizeram sentido também. Isso tem-se vindo a perder e começa a parecer que é necessário matar personagens para construir ou avançar com narrativas, algo que me parece ter sido o que aconteceu neste caso em específico.
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Yara Greyjoy (Gemma Whelan) terá agora de lutar pela regência das Iron Isles e para tal poderá contar com a ajuda do seu irmão Theon (Alfie Allen) , que decidiu abandonar Sansa (Sophia Turner) por sentir que Jon Snow jamais o perdoaria pelo que fez. Foi uma decisão sensata e poderá abrir espaço para coisas novas, isto se Yara for sequer viva quando este chegar a casa.
Jon Snow isto, Jon Snow aquilo....
Tem sido a personagem mais falada da sexta temporada sem ainda ter feito nada mais do que estar deitado numa mesa morto. Com a ajuda dos selvagens e dos gigantes, os seus aliados conseguem inverter os papéis e ficar eles no comando do Castle Black. Já Davos (Liam Cunningham) implora a Mellisandre (Carive Van Houten) que faça uma bruxaria para trazer Jon Snow à vida, apesar de esta lhe admitir que tudo o que disse sobre ter visões até agora é mentira.
É apresentada uma Mellisandre muito débil e insegura, tudo aquilo que a personagem nunca foi e que honestamente em nada se coaduna com aquilo que foi mostrado até agora. Não fez sentido e muito menos porque logo em seguida fez uma espécie de feitiço que efetivamente trouxe Jon Snow do reino dos mortos.
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Foi feito toda uma construção, na minha opinião desnecessária uma vez que Jon Snow nada mais fez do que suspirar. Porém, existe a certeza de que seja de que forma seja, Jon Snow está vivo e um dos mistérios mais badalados da série resolvidos.
Apesar de este ser um episódio melhor que o da semana passada, continua-se a chegar ao fim com a sensação de que falta algo. Não é necessário que todas as histórias sejam desenvolvidas ao longo de uma hora, até porque seria impossível, mas é convém que aquelas que são mostradas tenham efetivamente algum avanço significativo e que não possam ser resumidas numa frase como a referente a Arya.
Com uma temporada com apenas 10 episódios é ainda mais premente que algo seja feito, porque senão há o risco de em 2017 serem menos aqueles colados ao ecrã para ver a série...
NOTA FINAL: 7/10
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